A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (17) a quinta fase da Operação Overclean, que apura a atuação de uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de verbas públicas oriundas de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.
A ação, realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal, cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e uma ordem de afastamento cautelar de servidor público nas cidades de Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Mata de São João (BA), além de Petrolina (PE) e Brasília (DF). As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na capital baiana, conforme apuração do bahia.ba, mandados foram cumpridos em endereços de alto padrão, como o Edifício Holding Empresarial, na Avenida Tancredo Neves, e em outro condomínio de luxo no Horto Florestal.
Segundo a PF, o grupo investigado atuava na manipulação de procedimentos licitatórios e no desvio de recursos destinados ao município de Campo Formoso (BA), mediante pagamento de propina. Também há indícios de tentativa de obstrução das investigações.
O STF determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, com o objetivo de interromper o fluxo de valores ilícitos e garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos.
Os crimes investigados incluem organização criminosa, embaraço à investigação, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
Fase anterior mirou prefeitos e parlamentar baiano
Na quarta fase da Overclean, deflagrada em junho, três prefeitos baianos foram alvos de busca e apreensão e tiveram o afastamento determinado pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF. As investigações apontam ligação direta dos gestores com o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), que é investigado, mas não foi alvo de mandado na ocasião.
A operação incluiu ainda a quebra do sigilo telefônico de Félix Mendonça Júnior e o afastamento de seu assessor parlamentar, Marcelo Chaves Gomes, que também teve mandado de busca cumprido. As apurações indicam um esquema de favorecimento em contratos públicos bancados com recursos federais.