O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participará da Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que será realizada entre 8 e 11 de maio, no Parque da Água Branca, em São Paulo, pois cumprirá agenda oficial na Rússia, onde comparece às celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória, que marca a rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, no dia 9 de maio.
Segundo matéria do InfoMoney, apesar da ausência de Lula, o governo federal deve enviar uma ampla frente de representantes com nomes como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além de Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Marina Silva (Meio Ambiente), Cida Gonçalves (Mulheres) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego).
A feira ocorre em meio a um momento sensível da relação entre o governo e o MST, que tem feito críticas públicas à lentidão nos avanços da política de reforma agrária. Embora o Ministério do Desenvolvimento Agrário afirme que 71,4 mil famílias foram assentadas em 2024, o movimento contesta os números e aponta que menos de 5.000 famílias foram efetivamente beneficiadas desde o início do terceiro mandato de Lula.
O evento também sucede o “Abril Vermelho”, tradicional período de mobilizações do MST, que relembram o massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996. Só neste ano, foram registradas 28 ocupações de terras em 10 estados e no Distrito Federal, mobilizando cerca de 20 mil famílias. As ações tiveram como foco, justamente, pressionar o governo para acelerar a pauta da destinação de terras públicas e ampliar a estrutura de assentamento.
A ausência de Lula, porém, deve ampliar as cobranças internas do movimento, principalmente após o presidente já ter cancelado agendas no Acre, Rondônia e Pará, que incluíam entregas de políticas públicas do programa Terra da Gente, em abril, por causa de sua viagem ao Vaticano para o funeral do papa Francisco.
O acúmulo de ausências, mesmo diante do simbolismo dos eventos, tem alimentado críticas de militantes e dirigentes do MST.
Por Bahia.ba