O segurança acusado de agredir e causar a morte de um cachorro, em uma loja do Carrefour em Osasco, na Grande São Paulo, confessou à polícia ter golpeado o animal com uma barra metálica, mas se disse arrependido. Em depoimento prestado nesta quinta-feira (6/12), na Delegacia do Meio Ambiente, ele afirmou que não percebeu que havia ferido o animal e só teria se dado conta quando viu o sangue no chão. Também disse ter buscado ajuda e ligado para o Centro de Zoonoses do seu celular pessoal.
A reportagem apurou que o homem esteve na delegacia acompanhado de um advogado. Ele relatou que estaria muito assustado com a repercussão do caso e que não pretendia causar a morte do cachorro. Foi indiciado pelo artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, por praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A pena prevista é de três meses a um ano de prisão, além de multa, que pode ser aumentada em até um terço por causa da morte do animal.
O segurança foi dispensado após o depoimento. Ele vai responder em liberdade, porque o crime é considerado de baixo potencial ofensivo.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que o caso ainda é investigado. “Policiais analisamimagens de câmeras de segurança do local e colhem oitivas de testemunhas, como a veterinária do Centro de Zoonoses de Osasco, que atendeu o animal, e o segurança do estabelecimento, porém mais detalhes não podem ser passados para não atrapalhar as investigações.”
ALERTA! Cenas fortes:
Hemorragia
O deputado estadual Fernando Capez (PSDB), defensor da causa animal, esteve nesta quinta no Centro de Zoonoses de Osasco, acompanhado pela ativista Luisa Mell, e foi informado de que o cachorro teria vomitado sangue durante a viagem de carro entre o Carrefour e a repartição municipal. “Essa hemorragia é compatível com trauma, mas também poderia ter sido causada por envenenamento, mas, infelizmente, não há laudo.”
Para Capez, a forma como o cachorro foi capturado pela equipe da Zoonoses pode ter agravado o quadro do animal. “Eles usaram enforcador (cabo com corda na ponta) e deram trancos, o que pode ter acelerado a morte dele”, disse.
Conforme o deputado, dificilmente o autor das agressões ou possíveis mandantes serão punidos com algum rigor. “A pena é branda demais porque é considerado crime de menor potencial ofensivo. Hoje é impossível, por exemplo, que alguém vá preso por isso.”
Segundo o parlamentar, um projeto de lei (PL 470/2018, do senador Randolfe Rodrigues, da Rede) deverá ser votado na próxima terça (11), no Senado, aumentando a pena atual para de um a três anos de prisão. Se aprovada, a lei terá de passar ainda pela Câmara dos Deputados.
A prefeitura de Osasco nega que tenha havido excesso dos funcionários do Departamento de Fauna e Bem Estar Animal (Zoonoses) que fizeram a captura do cachorro. Segundo o município, o manejo foi realizado por um oficial de controle animal qualificado e o cão foi encaminhado ao departamento para atendimento emergencial, mas morreu, apesar de ser tratado.
De acordo com a prefeitura, o atendimento aconteceu no dia 28 de novembro, mas somente no dia 1º de dezembro houve a denúncia de maus-tratos e foi iniciada a apuração do caso, com a solicitação de inquérito policial.
Carrefour
A reportagem solicitou entrevista com representante do Carrefour. Entre as questões enviadas por e-mail, a reportagem perguntou se houve ordem superior para que o segurança usasse de todos os meios para retirar o cachorro da loja.
Via assessoria de imprensa, o Carrefour apenas repetiu a nota oficial que já havia distribuído, em que reconhece o “grave problema” ocorrido na loja de Osasco e que “não vai se eximir de sua responsabilidade”.
Em condição de anonimato, um supervisor da loja de Osasco disse que o segurança só agiu porque um cliente reclamou da presença do cachorro no estabelecimento. Relatou ainda que o cãozinho estava havia mais de uma semana no local e era alimentado por alguns funcionários, na lado de fora da loja, sem que fosse molestado.
Desde o início, segundo ele, o Centro de Zoonoses de Osasco foi acionado para retirar o cachorro do local, mas a equipe só teria comparecido depois que houve a agressão. O segurança terceirizado foi desligado da equipe. Os funcionários usaram um “enforcador” para conter o cachorro, que acabou desmaiando nessa ação. O supervisor afirmou que não havia qualquer vistoria prevista na loja naquele dia ou nos dias seguintes, como foi publicado em redes sociais. METRÓPOLES
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