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TELEVISÃO - 08/07/2018

Esbanjadora em 'Segundo sol', Giovanna Lancellotti revela: 'Sou mão de vaca'

Esbanjadora em 'Segundo sol', Giovanna Lancellotti revela: 'Sou mão de vaca'

Difícil olhar para Rochelle e pensar em outra atriz que não seja Giovanna Lancellotti para dar vida à patricinha de “Segundo sol”. Ainda que personagem e artista sejam bem diferentes. Se a mimada das nove é incapaz de lavar um copo, sua intérprete não vê nenhum bicho de sete cabeças em se aventurar nos afazeres domésticos — seja na vida real ou na brincadeira proposta pela Canal Extra, que a colocou com a mão na massa, ou melhor dizendo, no balde, na vassoura e no escovão.

— Saí de casa com 15 anos e fui morar com uma amiga. A gente tinha divisão de funções. Agora, com 25, e morando sozinha, tenho uma pessoa que trabalha comigo e me ajuda muito. Até porque não tenho tempo. Gravando novela é uma loucura, não tenho horário fixo. Mas dou uma organizada na casa, na minha cozinha, lavo prato, arrumo minha cama... — conta a paulista, que não faz média e não tenta esconder seu lado desorganizado: — Sou muito bagunceira. Até hoje, quando minhã mãe (a dentista Giuliana) vem para cá, já sei que serão dois dias de faxina geral. Ela tira tudo dos armários, descobre coisas que eu nem sei que tenho, lembra outras que eu falava que tinha perdido. Sempre dá uma grande moral. Se deixar, minha mãe faz faxina o dia inteiro. Não pode ver um fio de cabelo no chão que fica nervosa.

Autor de ‘Segundo sol’ preparou a atriz sobre Rochelle: ‘Ela é uma demônia’Autor de ‘Segundo sol’ preparou a atriz sobre Rochelle: ‘Ela é uma demônia’ Foto: Vinícius Mochizuki

Se Giuliana é especialista na limpeza, Giovanna manda bem é na arte de pechinchar. E nem pense que ela gastaria de forma desmedida, como faz sua pobre menina rica da trama das nove. Rindo, ela conta que na recente viagem que fez à Rússia, onde assistiu ao jogo Brasil x Sérvia, no dia 27 de junho, usou toda a sua lábia de negociadora.

— Mesmo eu ganhando meu dinheiro, trabalhando, podendo comprar coisas mais caras, sou mão de vaca. Lá na Rússia, se o cara quisesse me vender por 10 centavos, perguntava se não poderia ser por 5. Sou de pedir desconto mesmo — diverte-se a atriz, que faz uma ressalva: — Mas, se eu ficar encafifada com alguma coisa cara, se estou pensando naquilo há um mês, vou ao shopping e compro feliz da vida. Posso também gastar com bobagens... Às vezes, percebo que gastei muito na loja de conveniência do posto de gasolina.

Mais uma vez, é a mãe que dá uma situada na herdeira.

— Ela me controla bastante. “Esse mês... isso aqui foi muito”, diz. Como saí de casa cedo, minha mãe tinha essa função de cuidar das minhas contas e nunca teve o momento “a partir de agora, você não olha mais, eu estou mais velha”. Acho ótimo, porque ela entende disso e me dá uma noção boa — elogia a atriz, que aponta sua casa própria como a coisa mais cara que já comprou, e tem como sonho de consumo um apartamento no exterior: — Moraria em Barcelona, Paris, Lisboa, Nova York... É, acho que agora tenho vários sonhos de consumo (risos).

Mesmo vilã, Rochelle tem feito sucesso com o públicoMesmo vilã, Rochelle tem feito sucesso com o público Foto: Vinícius Mochizuki

Danada, Giovanna também é mestre no disfarce do sotaque. Natural de Ribeirão Preto, criada em São João da Boa Vista, cidades do interior de São Paulo, a bela dá sustos nos mais desavisados que ouvem sua voz rouca carregar no “R”. E se diverte com a situação:

— É o que mais me falam na rua quando me encontram a primeira vez. Acho engraçado. Estava fazendo novela com Maria Joana (“Sol nascente”), e, quando ela me ouviu conversando fora de cena, disse: “Você está me zoando? Por que está falando assim? (risos)”. As pessoas acham que estou brincando. Mas não abro mão do meu sotaque.

No momento, pelo menos no trabalho, aquele sonho que virou realidade atende pelo nome de Rochelle. Está certo que a mimada não figurava nos planos da atriz, escalada para o papel aos 45 segundos do segundo tempo. Mas o papo do diretor Dennis Carvalho para cooptá-la para a trama e o aviso do autor João Emanuel Carneiro sobre a patricinha fizeram a personagem virar seu mais novo “objeto de desejo”.

— Eu fui a última a entrar no elenco. Ia fazer outra novela, até que Dennis me ligou em dezembro: “Vamos fazer a minha, a gente te remaneja, confia em mim”. Ao encontrar João Emanuel, ele me alertou: “Se prepara, porque ela é uma demônia!” — lembra a atriz, que foi atrás de outras “capetas” famosas para ter referências: — Olhei cenas da Regiane Alves como Dóris (“Mulheres apaixonadas”). Acho que ela tem uma insensibilidade, uma falta de empatia com a família parecida com a da Rochelle. Vi também a Carminha de Adriana Esteves (“Avenida Brasil”). Essa tem um lado de falsidade, cinismo e meio sociopata. Fui vendo várias coisas e montando minha própria pessoinha.

Para manter a forma, a atriz tem malhado três vezes por semanaPara manter a forma, a atriz tem malhado três vezes por semana Foto: Vinícius Mochizuki

Com sete anos de carreira na TV e várias mocinhas no currículo, Giovanna não tem sentido retaliação do público em relação à personagem.

— As pessoas estão amando a Rochelle. É engraçado. Essa é minha sexta personagem, então, já conheciam o meu lado doce. Ouço muito: “Menina, como você é má!” ou “Tenho vontade de bater em você”. Mas sempre brincando, nada agressivo — afirma ela, que até agora se impressionou com duas atitudes da vilãzinha: — A menina vai ter coragem de entregar o avô, Severo (Odilon Wagner), para a polícia. Gente, é o cara que a criou! E o tratamento com a mãe, Karen (Maria Luisa Mendonça)? É surreal para mim! A mãe está do lado dela, sempre a defende. Isso é muito feio.

O mau comportamento com a família toca Giovanna por ela vivenciar uma realidade totalmente diferente em casa. A atriz se orgulha de “sempre ter tido pais muito presentes, unidos”.

— Eles são separados, mas a vida toda tive muito contato com os dois, mesmo morando longe. Nossa relação, desde cedo, é muito aberta. Falamos sobre tudo: sexo, menstruação, meninos, problemas na escola, nota ruim... E até hoje é assim. Minha mãe e eu temos uma diferença de idade de apenas 23 anos. Então, ela é uma amiga, a minha melhor amiga. Isso faz total diferença na formação da personalidade, do caráter... Essa coisa de ser exemplo, sabe? Olhar e querer ser igual quando crescer. Rochelle não tem isso, ela olha para a mãe e a última coisa que quer é ser igual a ela. Não sente admiração como eu sinto. Na verdade, ela precisava fazer análise — decreta.

Giovanna conta que é boa de pechincharGiovanna conta que é boa de pechinchar Foto: Vinícius Mochizuki

O conselho para a personagem será seguido por sua intérprete em breve.

— Estou louca para fazer. Nunca fiz terapia porque não fui atrás. Deve ser transformador. Acho que todo mundo precisa se entende melhor. É fácil desabafar com amiga, mas ter um profissional que enxergue algo totalmente imparcial é essencial. Assim que acabar a novela, vou procurar um — planeja.

Enquanto “Segundo sol” brilha no horizonte de Giovanna, ela vai vivendo as loucuras de Rochelle. Uma delas é o envolvimento com Acácio (Danilo Ferreira). O romance é uma forma de afrontar a irmã, Manu (Luisa Arraes), apesar de ela sentir de fato atração pelo capoeirista.

— É uma contradição, porque Rochelle é racista, mas tem tesão por ele. É o desconhecido para ela, causa frio na barriga. Acácio a tira desse controle todo — analisa Giovanna, que já fez par romântico com o ator em “A regra do jogo” (“É uma segunda temporada”, brinca) e tenta se manter tranquila nas cenas mais ousadas: — É o meu corpo! Existe, sim, uma minitensão, um miniconstrangimento. Mas faz parte do meu trabalho. Então, quanto melhor lidar com isso, melhor vai ser na hora de fazer. E já encarei algumas. Procuro manter minha cabeça tranquila. Fui prostituta em “Gabriela”, que tinha muitas sequências de sexo. Essas agora estão até tranquilas, só fico de calcinha e sutiã, está bom (risos).

Para manter o corpitcho abençoado, malhação nele! Até porque a bela já foi gordinha na adolescência.

— Mantenho os exercícios pelo menos três vezes por semana. Gosto de fazer uma coisa diferente a cada dia. Geralmente, intercalo muay thai com musculação. E faço circuitos com atividades diversas. Corro, pulo corda... É difícil eu manter o mesmo treino dois dias seguidos — conta a atriz, de 52kg (“Poderia ser 51 — quem sabe? — na semana que vem”, diz).

Artista diz que, diferentemente de Rochelle, tem ótima relação com os paisArtista diz que, diferentemente de Rochelle, tem ótima relação com os pais Foto: Vinícius Mochizuki

O peso, ela mantém há quatro anos, com a ajuda do personal trainer Bolão. Giovanna, no entanto, garante não alimentar neuroses. Durante a viagem de uma semana que fez para Portugal e Rússia, ela liberou a boca:

— Fiquei seis dias viajando e não malhei, só comi estrogonofe, Mc Donald’s... Não me cobro. Respeito minhas vontades, meu corpo... Se tiver o desejo de comer um cheeseburger, vou comer. Depois eu me viro, malho.

Solteira e sem vontade de mudar o estado civil (“Estou focada em mim agora, não estou disposta a gastar o tempo com isso”, declara), Giovanna conta que aproveitou para dar uma paquerada na viagem à Europa, porém, encontrou contratempos:

— O assédio estava pesado lá. Briguei com vários caras sem noção. Os brasileiros estavam se soltando, achando que era liberado. Teve um que me empurrou, vi que era brasileiro, peguei o cara pelo braço e disse: “Você não vai me empurar, não”. Cheguei a gritar com um árabe, em português mesmo. “Mano, sai de perto de mim!”. Ele falava com o Facetime apontado para mim: “Say hello to my friends”(“Diga olá para os meus amigos”). Até que berrei para ele sair. A mulherada tem que botar pra quebrar, não pode deixar encostar contra a vontade, tem que levantar a voz. Se precisar, eu faço um barraco, mas não deixo o sujeito dar de bonito, relar em mim sem autorização. Sempre fui assim e agora sou ainda mais. Sou brava em relação a desrespeito no geral.EXTRA ONLINE

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