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TELEVISÃO - 17/02/2018

Traído em ‘Deus salve o rei’, Romulo Estrela suspeita que já tenha sido vítima de infidelidade: ‘Pedi para sair’

Traído em ‘Deus salve o rei’, Romulo Estrela suspeita que já tenha sido vítima de infidelidade: ‘Pedi para sair’

No lugar do cavalo real, a bicicleta. Em vez de um cabelo esvoaçante repartido para o lado, um rabo de cavalo despojado. Para substituir as vestimentas pesadas e encarar o verão do Rio, camisa clara de botão, bermuda e tênis. Por mais que as transformações no visual surjam como escolhas óbvias para Romulo Estrela e pareçam naturais para quem o vê fora da TV, é difícil não comparar, pelo conjunto da obra, o protagonista de “Deus salve o rei” a um príncipe contemporâneo. Com eloquência e voz baixa, o maranhense de 33 anos explica as nuances de sua trajetória, marcada por lutas e uma bela história de amor. Na vida profissional, o ápice de seu conto de fadas é a chegada do primeiro protagonista, disputado pelas maiores musas da televisão, Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa. Sem dúvidas, o momento é de coroação. Seu trono é um novo patamar na carreira.

— A grande diferença deste papel para os outros que já fiz é a quantidade de cenas. Eu passeio por quase todos os núcleos, gravamos bastante. Estou adorando ser mais exigido.

Na sessão de fotos para esta reportagem, Romulo posou no Bosque da Barra, bem pertinho de onde mora. De segunda a sábado, no entanto, ele praticamente tem um outro endereço, com cenário de Era Medieval: os Estúdios Globo, onde se paramenta com as roupas de época e passa grande parte da semana longe do filho Theo, de 1 ano, e da mulher, a empresária Nilma Quariguasi, de 31. Parceira do ator há quase dez anos, é ela que está ao lado e às vezes até à frente de alguns de seus trabalhos. Para a capa da Canal Extra, foi a loura quem fez a produção de moda, palpitou nas melhores poses e até deu uma de DJ informal escolhendo músicas no celular para dar um clima ao ensaio do marido. Nos bastidores, ela também soltou comentários ao arrumar o amado, que usa coques e tranças quando não está gravando. “É difícil para arrumar (o cabelo com megahair), mas a gente está se acostumando”, diz, mostrando que conhece Romulo dos pés à cabeça. Na hora da entrevista para valer, a dona do coração do galã opta pela discrição. “Eu falo por mim e por ela!”, avisa Romulo, aos risos, para então opinar sobre a relação duradoura.

— Hoje em dia, os relacionamentos são rápidos, efêmeros... É muito louco. Entender as necessidades do outro e respeitá-lo é um bom primeiro passo — opina ele, certo de que o ciúme é bem dosado pelo casal: — Entendemos que, para a saúde da nossa relação, temos que agir dessa forma e conversar sempre que for preciso. Eu não tenho medo de discutir relação. É saudável para quem está disposto a continuar, a levar aquilo adiante. As pessoas mudam, acontecem mil coisas no dia a dia, às vezes estamos mal-humorados... Os problemas fazem parte da vida de qualquer pessoa. Cabe a nós conversar e resolvê-los.

A garantia de que o diálogo vai trazer resultados é firmada com base na confiança. E esta, uma vez manchada, é difícil de recuperar suas cores. Que o diga Virgílio (Ricardo Pereira), o rival de Afonso, que, após ver a noiva Amália (Marina Ruy Barbosa) aos beijos com o ex-príncipe, feriu-se e fez tudo para prejudicar a história do mocinho com a plebeia. Diferentemente do vilão adversário, Romulo crê que uma traição pode significar o momento de repensar um relacionamento.

— O importante é a verdade. Tem que existir o cuidado de tomar uma decisão que não vá machucar o outro nem te machucar. Eu suspeito que já tenha sido vítima de uma traição, mas nos relacionamentos em que estive infeliz, eu pedi para sair (risos). A gente é pego de surpresa o tempo inteiro, é claro. Mas colocar na mesa o que incomoda ameniza estas questões — frisa.

Romulo Estrela vive o primeiro protagonista da carreiraRomulo Estrela vive o primeiro protagonista da carreira Foto: Fábio Guimarães/Agência O Globo

Na arte, Romulo Estrela também é a favor de priorizar a superação que vai trazer crescimento. Em 2004, ao se preparar para o primeiro personagem gay da carreira, ele sugeriu à direção usar salto alto nos ensaios para entrar no universo feminino do papel. No abrir das cortinas, as sandálias altas acabaram entrando nas cenas mostradas ao público do espetáculo “Roleta”. Recentemente, 14 anos depois, o ator voltou a interpretar um homossexual. Desta vez, na série “Entre irmãs” (2017), na pele de Degas, ele beijou na boca o ator Gabriel Stauffer, ciente da relevância de tocar neste assunto com o grande público. Na história, os dois mantinham um romance escondido da sociedade na década de 1930.

— O que aconteceu com Degas e Felipe é a história de muita gente. Nosso compromisso é o de respeitar essas histórias e se doar a elas da melhor maneira possível — acredita o maranhense, que defende a ideia de romances homossexuais ganharem cada vez mais destaque na televisão: — A gente escuta as pessoas falarem que na TV só tem isso. Se está sendo falado, é porque faz parte da natureza humana. A discussão é produtiva. A dramaturgia está aí para isso. Ela sempre teve esse papel na sociedade.

Entender a função da arte foi um dos motivos que fez o ator mudar completamente seu rumo para seguir uma paixão. Lutador de jiu-jítsu desde a adolescência, Romulo chegou a acreditar que seria um medalhista olímpico de lutas. A expectativa foi quebrada quando, para arrumar uma grana, ele começou a fazer trabalhos publicitários e, em seguida, conheceu o teatro.

— Eu achei que fosse ser atleta. Viajava o Nordeste inteiro lutando, com a equipe, com academia, com o meu pai... Era focado nisso, tanto que comecei aos 14 anos e fui competidor dos 16 aos 21. Abria mão de programas que outros adolescentes curtiam, mas sentia uma satisfação tão grande cada vez que eu entrava no Dojo (sala usada para o treinamento de algumas artes marciais). Isso me ajudou muito a ter disciplina também, apesar de nunca ter sido de farra. Sou pacato mesmo.

Talvez, por este traço, seja possível compreender a forte relação que o rapaz tem com sua família. A irmã, a arquiteta Milena Estrela, foi quem o acompanhou no desafio de deixar o Maranhão e se mudar para São Paulo, onde Romulo exerceu pelas primeiras vezes a profissão de ator; o pai era quem viajava para cima e para baixo em sua fase de atleta. Agora, é o ator quem está do outro lado. Papai de primeira viagem, ele dorme e acorda pensando em Theo.

— Sempre priorizamos a qualidade do tempo com ele porque não podemos deixar de trabalhar. Quando chego em casa, ele já está dormindo. Quando não, dou atenção, brincamos... De manhã, é a nossa hora oficial juntos. É engraçado quanto ele me reconhece na TV e fala “Babai” (risos). Ele me acompanha desde “Novo mundo” (2017). Apesar de naquela época ainda não reconhecer, era apaixonado pela música de abertura. Theo veio num momento em que não programamos muito, aconteceu. Agora não pensamos em mais filhos.

O ator com o filho Theo e a mulher, Nilma QuariguasiO ator com o filho Theo e a mulher, Nilma Quariguasi Foto: Reprodução/Instagram

Família completa, vida estabilizada, trabalho que exige responsabilidade. Na internet, a cada cena de Afonso e Amália, os internautas colocam a novela entre os assuntos mais comentados. Dos especialistas, a avaliação também é positiva. Será que chegar ao tão esperado sucesso pode provocar medo?

— O que me dá alegria de fazer o que faço é ver os telespectadores acreditando. De alguma forma, toco as pessoas, e isso me faz crer que estou no caminho certo. Mas a crítica pode vir. Todo mundo recebe . A maneira como lidamos é que faz diferença, e é comum o personagem precisar de ajustes. Se recebo mensagens positivas ou negativas, elas são só indicadores de pontos de vista. Não tenho receio. Sei aonde tenho que ir com a equipe e também sei aonde quero chegar — conclui.

Paixão pelo antigo - Veículos de outras décadas

Estar numa trama medieval, cavalgando e respirando ares de outros tempos, é um sonho para Romulo Estrela, já que o ator cultiva uma paixão declarada por artigos antigos. Em sua garagem, provas disso são a moto Harley-Davidson — marca criada no início do século 20 — e seu Fusca da década de 1970:

— Herdei a paixão do meu pai (o empresário Sebastião Estrela Filho) por carros antigos, e tenho um Fusquinha 71. Gosto da mecânica também. Andar nele é um hobby. Uso nos dias de inverno e de folga porque, às vezes, emperra. Apesar de eu ter nascido em 84, tenho uma grande ligação com os anos 70. Amo a música nacional desse período. Que nostalgia...

Romulo Estrela posa com amigo e seu fuscaRomulo Estrela posa com amigo e seu fusca Foto: Reprodução/Instagram

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