Ao longo da vida, o sono adquire características que são próprias da idade. Na infância e adolescência, por exemplo, são exigidas mais horas de descanso para acompanhar o desenvolvimento. Para os idosos, o adormecer é mais cedo, o despertar também, e as intermitências do sono são mais recorrentes.

No Dia Mundial do Idoso, celebrado em 1º de outubro, a Agência Brasil conversou com a médica Erika Treptow, do Instituto do Sono, que explica como pessoas que já passaram dos 60 anos podem manter boas noites de sono ao adotar medidas saudáveis.
Além da idade, outras questões sociais, econômicas e emocionais podem ter impacto na qualidade do sono nessa fase da vida.
“Tem muito a questão da aposentadoria com a mudança de rotina, porque com o trabalho temos um horário para levantar, uma atividade durante o dia e um horário para dormir. Isso pode mudar, pode piorar o padrão do sono. Temos também aquela questão do ninho vazio que é muito falada depois que os filhos saem de casa”, exemplifica a médica.
Preocupações com dinheiro também costumam prejudicar o sono de idosos. Algumas doenças também podem atrapalhar a noite. “Doenças urológicas; aquelas doenças que levam a um quadro de dor, como doenças musculoesqueléticas, artrose, dores na coluna”, enumera a especialista.
A recomendação, de acordo com a Fundação Nacional do Sono, nos Estados Unidos, é que pessoas com 65 anos ou mais durmam de 7 a 8 horas por noite.
Erika destaca que alguns distúrbios do sono costumam ser comuns com a idade mais avançada. “Principalmente a insônia, a apneia obstrutiva do sono. Nos idosos, esses distúrbios são ainda mais prevalentes”, aponta a médica. A apneia obstrutiva do sono, por exemplo, atinge 60% da população com 65 anos ou mais, conforme o Estudo Epidemiológico do Sono, feito pelo instituto.
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório que provoca pausas recorrentes na respiração, fragmentando o sono e causando sonolência diurna, cansaço, alterações da memória e de humor. Além disso, aumenta o risco para doenças metabólicas e cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
Outros distúrbios conhecidos são o comportamental do sono REM e o de movimento. O primeiro caso ocorre quando o indivíduo está dormindo e transporta para a vida real as ações vivenciadas no sonho. Já o segundo caso caracteriza-se por uma vontade incontrolável de mexer principalmente as pernas no período que antecede o início do sono.
“Quando se suspeita de um distúrbio do sono, uma das primeiras coisas a fazer é descartarmos outro tipo de doença que o idoso possa ter e que pode, às vezes, até estar aumentando o risco desse distúrbio do sono. Por exemplo, a apneia obstrutiva do sono é muito associada com obesidade, a insônia é muito associada com depressão, com ansiedade”, explica Erika.
Ela acrescenta que é fundamental a avaliação clínica e também pode ser necessária a realização de outras análises. “Um dos exames é a polissonografia, que avalia o padrão de sono da pessoa durante toda a noite e que pode ser feito tanto num hospital, num laboratório, como também no domicílio”, aponta.
A médica também destaca que deve ser feita uma lista de todos os medicamentos utilizados pelo idoso. “Alguns realmente podem prejudicar o sono, podem causar maior sonolência ou podem causar maior risco de insônia. Só avaliar as medicações e, às vezes, até um horário que a pessoa está recebendo essa medicação já pode fazer uma grande diferença e trazer benefícios”, orienta.
Medidas cotidianas podem ajudar para uma boa qualidade do sono. Uma delas é manter a rotina. “Tanto no horário de dormir quanto no horário de levantar pela manhã. É importante manter essa rotina tanto nos dias de semana quanto nos finais de semana”, destaca. A exposição ao sol também é recomendada. “É como se nós avisássemos para o corpo daquela pessoa que é o período do dia, que é o período de se manter alerta.”
Outra recomendação é não se manter em isolamento. “É extremamente importante e saudável para essas pessoas que elas mantenham grupos de amigos, grupos onde façam atividades, contato com os familiares”, indica. “Quando a gente se mantém ativo durante o dia, a gente tem uma facilidade no período da noite para relaxar e adormecer”, completa. A automedicação não é recomendada.
Edição: Lílian Beraldo
Por Agência Brasil
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