O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu postergar o debate sobre as possíveis restrições ao alcance da tese que cria precedente para anular sentenças da Lava Jato.
De acordo com a Folha, em conversas com ministros depois do julgamento de ontem (2), Toffoli apontou que a discussão só deve ser retomada na segunda quinzena de outubro.
A intenção é levar o tema ao plenário do Supremo no mesmo dia em que for colocado em pauta o debate das ações que questionam a constitucionalidade da prisão depois da condenação em segunda instância, uma das principais bandeiras da Lava Jato.
Ao conduzir os dois temas simultaneamente, Toffoli pode fazer um gesto à ala da Corte que se posicionou contrária à possibilidade de se definir quais casos serão afetados pelo novo entendimento do STF sobre prazos de alegações finais.
O que já foi decidido
Ontem (2) o Supremo impôs uma derrota para a Lava Jato ao referendar a tese que pode anular sentenças e beneficiar condenados, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do sítio de Atibaia (SP).
Por 7 votos a 4, a Corte entendeu que réus delatados devem falar por último nos processos (depois dos delatores) e que devem ter garantido o direito de conhecer todas as acusações de que é alvo para poder se defender. No entanto, os ministros ainda não terminaram o julgamento.
O que falta decidir
Ficou em aberto o debate sobre possíveis limites ao alcance da decisão, para que seja evitada uma avalanche de anulações de sentenças. A ideia inicial era retomar o julgamento hoje (3), porém diante do impasse, Toffoli decidiu adiar o debate.
Além disso, nem todos os ministros estarão presentes na sessão de hoje, e a ausência de parte deles pode ser apresentada como justificativa para postergar a decisão. METRO 1