Na entrevista ao Subaé Notícias desta sexta-feira (11), Maria Jaci Pereira, que preside o orfanato evangélico há 26 anos, compartilhou detalhes sobre o funcionamento da instituição em Feira de Santana (BA) e o acolhimento atual das 17 crianças, que variam de bebês a 14 anos. Ela ressaltou a importância do apoio da sociedade, que é fundamental para o desenvolvimento do trabalho realizado.
Maria explicou que o processo de adoção segue critérios rigorosos, onde a decisão não cabe aos interessados, mas sim ao juiz responsável. "Não é uma escolha pessoal; quem decide é o juiz. É um sistema que busca garantir o melhor para as crianças", afirmou. Ela lamentou casos de rejeição, que ocorrem por diversos motivos, incluindo a cor da pele, e destacou que, no orfanato, não se pode escolher uma criança com base em preferências pessoais.
Outro ponto importante levantado foi a questão financeira da instituição. Maria revelou que a folha de pagamento mensal gira em torno de R$ 50 mil, valor que é mantido pela Assembleia de Deus do Estado da Bahia. Ela também mencionou a dificuldade de arcar com despesas fixas, como a conta de água, que chega a R$ 700 mensais, sem qualquer desconto.
Além disso, Maria abordou o processo de adaptação das crianças que podem ser devolvidas ao orfanato após a adoção. "O prazo para essa adaptação é de 45 a 90 dias. Após esse período, não é permitido devolver a criança", explicou. Ela destacou que, infelizmente, há situações em que irmãos são separados durante o processo de adoção, o que causa muita angústia.
Por fim, Maria reafirmou sua decisão de não aceitar verbas do governo, optando por manter a independência da instituição. "Nosso trabalho é feito com muito amor e dedicação, e contamos com a colaboração da comunidade para continuar ajudando essas crianças", concluiu, ressaltando a importância da união em torno dessa causa.
Subaé Noticias
Denivaldo Costa