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FEIRA DE SANTANA - 16/06/2022

Feira de Santana de braços abertos para pessoas refugiadas

Feira de Santana de braços abertos para pessoas refugiadas

No dia 20 de junho é celebrado o Dia Mundial do Refugiado, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear as pessoas que foram obrigadas a abandonar suas casas e países com receio de perderem a própria vida, a segurança e a liberdade em razão de guerras, perseguições, discriminações, intolerâncias e crises políticas. Conforme dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre 2011 e 2020, 265.729 imigrantes solicitaram refúgio no Brasil, sendo 28.899 apenas no último ano. A Bahia é o estado que mais recebe pessoas refugiadas no Nordeste brasileiro. A Secretaria de Desenvolvimento Social de Feira de Santana estima que cerca de 200 pessoas em situação de refúgio estejam vivendo atualmente na cidade e destes, 60 têm origem venezuelana.

A Belgo Bekaert é uma das empresas que incentiva a contratação de pessoas nesta situação em Feira de Santana. Parceira de instituições como o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, Organização das Nações Unidas (ONU), Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e Organização Internacional para Migrações (OIM), atualmente emprega dez pessoas em situação de refúgio, todas vindas da Venezuela. 

“Desde 2020, o pilar Migrantes em situação de vulnerabilidade foi escolhido como um dos trabalhos prioritários de atuação da Belgo Bekaert, que resultou no aumento dos esforços para contratar e acompanhar o desenvolvimento profissional de pessoas refugiadas em todas as nove unidades da empresa no Brasil. Atualmente, a Belgo emprega 26 pessoas refugiadas, sendo duas mulheres e 24 homens oriundos da Venezuela, Haiti e Colômbia”, conta a Gerente de Diversidade, Inclusão e Responsabilidade Social da empresa, Luciana Macedo. 

A nacionalidade com o maior número de pessoas em situação de refúgio reconhecidas no Brasil, entre 2011 e 2020, é a venezuelana (46.412), seguida dos sírios (3.594) e congoleses (1.050). Dentre os solicitantes da condição de pessoa refugiada, as nacionalidades mais representativas são de venezuelanos (60%), haitianos (23%) e cubanos (5%).

Quando a pessoa em situação de refúgio chega ao Brasil, além das dificuldades com o idioma, acesso à saúde e moradia, enfrenta desafios para conseguir a documentação e se inserir no mercado de trabalho. É o que conta Virgilio Antonio de los Reyes de la Santisima Trinida Ruiz Vargas, venezuelano de 22 anos, que vive no país desde 2019: “Quando a situação na Venezuela foi piorando, meu pai, meu irmão e eu nos organizamos para migrar para o Brasil. É difícil, foram 12 horas para chegar à fronteira e passamos outros três dias na fila para conseguir documentos, devido à quantidade de pessoas na mesma situação. Já em Boa Vista (RR), enfrentamos preconceitos dos moradores locais, que nos acusavam de roubar seus empregos. Não conseguíamos trabalho, moradia ou mesmo comprar no comércio”, relata. “Ainda em 2019 nos mudamos para Feira de Santana (BA), com a ajuda do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados. Sou muito grato porque na cidade comecei a trabalhar como Operador de Produção na Belgo Bekaert e fui bem acolhido pela liderança e colegas de trabalho. No início, o idioma foi uma grande barreira, mas a maioria dos brasileiros é receptiva e disposta a ajudar”. Recentemente o jovem foi promovido do cargo de Operador C para Operador B.

O venezuelano Virgilio Antonio migrou para o Brasil em 2019 e atualmente trabalha na Belgo Bekaert, em Feira de Santana. Foto: Divulgação


O venezuelano Enmanuel de Jesus Castrillo Villarroel, de 23 anos, é outro exemplo de como a associação de empresas privadas às instituições para a causa é fundamental para oportunizar melhores condições de vida a quem foi obrigado a deixar seu país de origem. No Brasil desde fevereiro de 2018, Enmanuel já morou em Boa Vista, no Rio de Janeiro e, agora, está em Feira de Santana. Por meio da parceria da Belgo Bekaert com o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, ele conquistou o cargo de operador de produção em uma das duas unidades da empresa na cidade. “Sou muito feliz em trabalhar na Belgo, pois ela abriu as portas para eu começar uma nova vida. Hoje, minha mãe, meu pai e meu irmão e um tio vivem em Feira de Santana e, com esse trabalho, consegui trazer também a minha namorada, sua mãe e seus irmãos para o Brasil, além de ajudá-los a se estabilizarem por aqui”, conta. “A mensagem que deixo para meus conterrâneos e pessoas refugiadas de outros países que não conseguiram um emprego ou que estão enfrentando dificuldades é que nunca desistam, sejam firmes, pois as oportunidades vão surgir”, conclui.

Pessoas refugiadas e demais interessadas em oportunidades profissionais na Belgo Bekaert podem consultar e cadastrar seus currículos aqui, no site da empresa. A Lei de Imigração, 13.445/2017, prevê direitos aos migrantes no território brasileiro, além da inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade. 



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Caroline Melo

Consultora de Comunicação

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