O técnico Tite sempre teve como ponto inegociável na montagem da seleção brasileira um item: escalar jogadores na mesma posição/ função que executam nos clubes. Mas a necessidade já o fez flexibilizar a ideia na Copa do Mundo. Agora, nos primeiros amistosos do novo ciclo, ele tem na lateral-direita o exemplo claro de que nem sempre é possível replicar esse planejamento.
As lesões são os motivos para o ajuste. Na direita, Daniel Alves ainda não voltou a jogar após a lesão no joelho que o tirou da Copa. Danilo também está no estaleiro, só que por causa de um problema no tornozelo. Fagner, que chegou a ser convocado para os jogos nos Estados Unidos, teve lesão muscular na coxa esquerda e foi cortado. As alternativas são Fabinho, que já vinha jogando como volante no Monaco e foi contratado como tal pelo Liverpool, e Éder Militão.
O jovem destacou-se como lateral-direito no São Paulo, mas essa não é sua posição de origem, tanto que ele estreou no Porto como zagueiro.
— Fabinho disse que podia contar com ele em qualquer posição. A base dele no Fluminense foi na lateral. Eu não teria velocidade na última parte do campo, mas teria um construtor, um grande passador — contou Tite, após anunciar a convocação.
Coutinho foi o primeiro a experimentar na seleção uma função diferente da executada no clube. Acostumado a jogar como ponta, principalmente na esquerda, ele primeiro jogou como ponta na direita e, na Copa, substituiu o lesionado Renato Augusto como meio-campista.
Como Renato Augusto não se apresentou para os amistosos nos Estados Unidos, a tendência é que Coutinho siga como meio-campista.
Novatos à disposição
A convocação atual da seleção, para os amistosos contra Estados Unidos e El Salvador, conta com seis novatos, sendo cinco de linha e o goleiro Hugo. O discurso em comum é não ligar para onde Tite pensa em utilizá-los.
— Acho que sou um meio-campista que posso jogar como primeiro volante, segundo ou camisa 10. Vou dar meu melhor e estou muito feliz e quero conquistar essa posição — disse Andreas Pereira, de 22 anos, que joga no Manchester United.
No mesmo setor, Lucas Paquetá aparece como mais uma alternativa polivalente.
—Eu me sinto mais confortável jogando no meio, seja direita ou pela esquerda. tenho que entrar pronto para entrar e dar meu melhor em qualquer parte do campo — disse o meia de 21 anos.
Da mesma idade que Paquetá, Richarlison é mais um que se apresenta para fazer o que o chefe mandar. Ele só foi chamado porque o centroavante Pedro se machucou.
— Jogo no jeito que o professor pedir. Se pedir para fazer a parede, vou fazer — disse ele, que costuma atuar pelo lado no Everton. EXTRA ONLINE