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ESPECIAL - 25/05/2018

Dia Nacional da Adoção: crianças 'fora do perfil' crescem à espera de uma família, mostra guia online

Dia Nacional da Adoção: crianças 'fora do perfil' crescem à espera de uma família, mostra guia online

Filho não se escolhe, mesmo quando é fruto do nosso próprio DNA. O processo é aparentemente simples: os cromossomos da mãe se juntam com os do pai e a mistura resulta em um ser único. As particularidades, porém, podem variar de um olho verde a uma má formação ou doença congênita – não há como prever.

Então, por que o sistema de adoção funciona como a prateleira de um supermercado, onde é possível escolher o produto que se quer?

A resposta, segundo uma das autoras do guia digital "Três vivas para adoção", que será lançado em Brasília nesta sexta-feira (25), é que muitos mitos ainda pairam sobre a questão. Especialmente, quando as crianças fogem do perfil mais procurado: brancas, com menos de 3 anos, sem irmãos e "saudáveis".

Crianças disponíveis para adoção (Foto: Caio Kenji/G1)Crianças disponíveis para adoção (Foto: Caio Kenji/G1)

Crianças disponíveis para adoção (Foto: Caio Kenji/G1)

Em 118 páginas, o e-book orienta mulheres, homens e casais que desejam adotar pela perspectiva de quem fugiu do padrão majoritário. Há depoimentos de famílias, de uma "mãe social" (que cuida das crianças em um abrigo), de um juiz e de uma jovem adotada que é portadora do vírus HIV desde o nascimento.

"Sou primariamente uma pessoa que tem apoio e carinho familiar e que têm ambições, mas também sou a pessoa que passou por um processo adotivo e tem HIV. Ambas faces fazem parte do meu ser com a mesma naturalidade", diz o relato da adolescente.

Capa do guia "Três vivas para a adoção! Guia para adotantes", escrito por Fabiana Gadelha e Patrícia Almeida (Foto: Três vivas para a adoção/Reprodução)Capa do guia "Três vivas para a adoção! Guia para adotantes", escrito por Fabiana Gadelha e Patrícia Almeida (Foto: Três vivas para a adoção/Reprodução)

Capa do guia "Três vivas para a adoção! Guia para adotantes", escrito por Fabiana Gadelha e Patrícia Almeida (Foto: Três vivas para a adoção/Reprodução)

No Distrito Federal, das 512 famílias habilitadas para adoção, apenas 37 estão dispostas a conhecer uma criança com mais de 2 anos, segundo dados da Vara da Infância e da Juventude. Quando o perfil assume outras características, como algum tipo de deficiência, o índice de rejeição tende a aumentar.

"Esse perfil ideal não existe. Não existe garantia de saúde nem na gravidez. Esse é o erro", explica a advogada e ex-presidente da ONG Aconhego Fabiana Gadelha, que assina o guia juntamente com a fundadora do Movimento Down, Patrícia Almeida. "As pessoas têm que parar de achar que vão escolher o filho perfeito e ele não vai ter problema."

"Viver a maternidade e a paternidade é se preparar para a diversidade."

Passo a passa da adoção no guia "Três vivas para a adoção", escrito por Fabiana Gadelha e Patrícia Almeida (Foto: Três vivas para a adoção/Reprodução)Passo a passa da adoção no guia "Três vivas para a adoção", escrito por Fabiana Gadelha e Patrícia Almeida (Foto: Três vivas para a adoção/Reprodução)

Passo a passa da adoção no guia "Três vivas para a adoção", escrito por Fabiana Gadelha e Patrícia Almeida (Foto: Três vivas para a adoção/Reprodução)

Para se preparar para os desafios da adoção, o guia também contém o passo a passo para dar entrada no processo, e explicações sobre a "busca ativa" – quando ONGs e instituições do governo se juntam para viabilizar o encontro de famílias e crianças a partir de cadastros informais de todo o país.

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