12 de maio de 2025
MIN MAX
Envie fotos e vídeos
para nosso WhatsApp
75 99120-3503

Notícias

ENTRETENIMENTO - 07/11/2022

IV Festival Paisagem Sonora ocupa Santo Amaro de 17 a 19 de novembro com intensa programação gratuita

Ouvir a matéria:
IV Festival Paisagem Sonora ocupa Santo Amaro de 17 a  19 de novembro com intensa programação gratuita

Depois de cinco anos, o Festival Paisagem Sonora – Formação, Gestão e Difusão da Música está de volta. De 17 a 19 de novembro, sua quarta edição transformará a cidade de Santo  Amaro em um grande palco para conferências, atividades de formação, intervenções urbanas e  shows que colocam em foco a música como representação de culturas, afirmação identitária,  compartilhamento de saberes, diálogos interculturais e inovação tecnológica. O evento busca  não apenas intervir, mas, sobretudo, revelar as paisagens e riquezas sonoras do Recôncavo da  Bahia, colocando história, ancestralidades e manifestações populares em diálogo com a  contemporaneidade e as tendências mundiais. A programação, totalmente gratuita, inclui 12  mesas de debate, um curso sobre direitos autorais, três oficinas, lançamentos e 12 shows. 

“O Recôncavo da Bahia se constitui como uma das forças motrizes de ancestralidade,  sobretudo pelo seu caráter polissêmico de sonoridades e ecologia acústica. Não por acaso,  parte da fortuna da escrita da Música Popular Brasileira tem como forte índice o som  fundamental afro-diaspórico produzido neste território de identidade”, contextualiza Danillo  Barata, idealizador do projeto, que responde pela coordenação geral junto a Daniele Canedo,  dupla que ainda se une a Cláudio Manoel e Ellen Mello na curadoria, todos servidores do  Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo  da Bahia (Cecult/UFRB), que realiza o evento junto à Fundação Nacional de Artes (Funarte). 

“Há uma complexa paisagem sonora que precisa ser estudada de forma mais sistemática em  um momento importante de reflexão, mapeamento, crítica, descoberta e incentivo de novas  iniciativas, no campo da música, emanadas desse Recôncavo expandido”, completa Danillo. 

A proposta do festival nasceu, em 2013, como uma homenagem ao pesquisador canadense  Murray Schafer, criador das expressões “ecologia acústica”, “esquizofonia”, “som fundamental”  e “paisagem sonora” – conceito que se refere à análise do universo sonoro que nos rodeia. Neste ano, o evento reverencia a viola machete como elemento singular e destaca sua  repercussão nas formas de apresentação do samba chula, afro-sambas, pagodão e em outras  sonoridades contemporâneas que têm matrizes nos elementos do samba de roda da região. 

O Festival Paisagem Sonora faz parte do Paisagem Sonora – Programa de Promoção da Música do Recôncavo da Bahia, que objetiva promover a valorização da diversidade musical contemporânea a partir das tradições originárias de matrizes africanas e indígenas da música. Desde maio, o Programa, que tem apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (FAPEX) e da Pró-Reitoria de Extensão (Proext), vem desenvolvendo iniciativas de formação, qualificação profissional e difusão, de modo a contribuir para a promoção do intercâmbio entre fazedores da cultura, artistas, profissionais da música e a comunidade acadêmica. 

Um resultado deste processo foi a “Ocupa Ação Criativa”, realizada em julho, que, entre variadas atividades, promoveu a instalação do “Códice Brasil-África”, um painel de 70 metros por 2 de altura, do artista visual J. Cunha, que permanece enfeitando o pátio do Pavilhão de Aulas do Cecult, que recebe boa parte da programação do Festival Paisagem Sonora. 

COLETIVO XARÉU – Uma das ações continuadas do Programa de Promoção da Música do Recôncavo da Bahia é o Coletivo Xaréu. Criado em 2011 por professores da UFRB, atualmente se mantém como uma atividade de extensão que reúne mais de 20 músicos, cantores e beatmakers, dentre estudantes bolsistas e voluntários, sob coordenação do maestro Sólon Mendes. Na prática do ensino-aprendizagem, sua proposta é criar um repertório de referências da musicalidade do Recôncavo Baiano – como as filarmônicas, o candomblé, o samba de roda,

o pagode e a sofrência –, conectado com timbragens, arranjos e grooves da música urbana e contemporânea do mundo, numa estética sonora híbrida. O repertório dialoga ainda com elementos da música pop e até com a eletrônica, incluindo beats do trap e acid jazz, por exemplo. Boa parte das composições e arranjos é autoral, fruto dos laboratórios que ocorrem de maneira conjunta aos ensaios, que acontecem regularmente duas vezes por semana: um permanente laboratório de experimentação. “O diálogo entre os saberes acadêmicos e populares representa a maneira como está estruturado este projeto. Um dos pressupostos pedagógicos que permeiam o Coletivo Xaréu é de que a teoria seja uma reflexão da prática”, detalha Sólon Mendes. 

PROGRAMAÇÃO DIA 1 – A abertura do IV Paisagem Sonora se dará no dia 17 de novembro, quinta-feira, das 9h às 12h, no Pavilhão de Aulas do Cecult, com a saudação dos Alabês e a Mesa #01, “Artivismos urbanos: vagalumes, formigas e borboletas em alianças”, que receberá a dupla Cíntia Fernandes (UERJ) e Micael Herschmann (UFRJ), em que apresentam resultados de uma longa pesquisa com redes musicais que ocupam o espaço público na cidade do Rio de Janeiro e na qual foi identificado um crescimento exponencial das práticas artivistas, que vêm pautando o ambiente artístico-intelectual na contemporaneidade. 

Das 14h às 16h, também no Pavilhão de Aulas do Cecult, duas mesas com trabalhos selecionados em chamada pública tematizam “Gêneros, pós-gêneros, sexualidades e práticas musicais”, na Mesa #02, e “Música em diálogo: palcos, presenças e personas”, na Mesa #03. Das 16h às 17h30, no mesmo local, uma primeira oficina aberta de música traz Anderson do Samba com a prática “DNA Samba Reggae – Diálogo, negritude e ancestralidade”, em que trata dos mestres e ritmos variados do samba e da música afro-brasileira, apresentando uma breve história, além de técnicas e ritmos de instrumentos. 

Às 19h, o Arquivo Público de Santo Amaro recebe o lançamento da terceira edição da “Revista Trilhos”, periódico editado pelo Cecult/UFRB com artigos científicos e trabalhos não acadêmicos que apresentam possibilidades de fluxos interdisciplinares na cultura, na arte e na ciência. 

A partir das 20h, o Pavilhão de Aulas do Cecult recebe a primeira noite de shows, começando com a prata da casa, o Coletivo Xaréu, seguido de Anderson do Samba & Solista Qué Base, Vox Sambou e Afrocidade. 

PROGRAMAÇÃO DIA 2 – A segunda data do Paisagem Sonora, 18 de novembro, sexta-feira,  começa com três mesas acontecendo ao mesmo tempo, das 9h às 12h, no Pavilhão de Aulas  do Cecult: Mesa #04 – “Cartografias, sons, redes e fluxos”, Mesa #05 – “Música em diálogo: a  psicanálise, o improviso e o teatro” e Mesa #06 – “Indicadores Culturais_01”, que integra o  Seminário Integrativo da Pós-graduação Lato Sensu em Políticas e Gestão Cultural,  apresentando e discutindo trabalhos de levantamento de indicadores culturais. 

Ao meio-dia, é hora de receber com feijoada a chegada da 13ª edição da “Caminhada pela  vida e liberdade religiosa”, realizada por Baba Pote e Ilê Axé Oju Onirê, de onde o cortejo  parte às 8h da manhã. 

Para iniciar a tarde, das 14h às 16h, no Arquivo Público, a #Mesa #07 – “Fomento, difusão e  internacionalização da música” recebe como convidados Eulícia Esteves (Funarte), Gabriel  Lunelli (músico e compositor), Giba Gonçalves (Batalá Mundo) e Vince Athayde (Hack  Modular). Em seguida, das 16h às 17h30, no Pavilhão de Aulas do Cecult, haverá mais uma  oficina aberta de música, desta vez com Pedro Marighella em “Reivindicar poderes da  contemporaneidade para o Recôncavo Baiano: uma introdução ao uso do sampler SP404”, em  que, a partir de instruções sobre a manipulação do clássico sampler SP404 da Roland, serão  trazidas reflexões sobre a superação do subdesenvolvimento, analisando a distribuição de  formas e poderes oferecidas pelas elites tradicionais no grande projeto de poder brasileiro. 

À noite, às 19h, tem lançamento de livros no Arquivo Público e, às 20h, mais uma série de shows no Pavilhão de Aulas do Cecult, com Neila Kadhí, o encontro de Pedro Marighella e Pedro Filho, Sued Nunes e IFÁ feat Lazzo Matumbi.

PROGRAMAÇÃO DIA 3 – No sábado, 19 de novembro, o IV Paisagem Sonora novamente  começa com três mesas concomitantes, das 9h às 12h, no Pavilhão de Aulas do Cecult: Mesa  #08 – “Cenas musicais negras e decoloniais”, Mesa #09 – “Formação em música e artes” e  Mesa #10 – “Indicadores Culturais_02”, segunda atividade do Seminário Integrativo da Pós 

graduação Lato Sensu em Políticas e Gestão Cultural. 

Das 14h às 16h, as duas últimas mesas com trabalhos selecionados: Mesa #11 – “Paisagens  sonoras e cultura da conectividade” e Mesa #12 – “Política, gestão e economia da música”.  Depois, das 16h às 17h30, tem a terceira oficina aberta de música, “Princípios básicos de  mixagem para DJs”, em que Ian Valentin apresenta aspectos fundamentais para uma boa  mixagem, por meio do software Traktor Pro. 

A noite de encerramento, a partir das 20h, terá Samba Chula Renovação, Roberto Mendes, DJ  Ian Valentin e Aila Menezes, fechando o evento no Pavilhão de Aulas do Cecult. 

CURSO DE DIREITOS AUTORAIS – A advogada Verônica Aquino, especialista em Política,  Gestão e Produção Cultural, com experiência nos aspectos jurídicos do fazer cultural e gestão  de direitos autorais, ministra o curso “Festival Paisagem Sonora – Formação, Gestão e Difusão  da Música”, que se desenvolve nos três dias do evento, no Arquivo Público de Santo Amaro,  das 16h às 19h, totalizando uma carga horária de 9 horas. Em linguagem acessível, o curso  objetiva instrumentalizar participantes a respeito das questões basilares dos direitos autorais,  com seus fundamentos e princípios, conceitos-chave, limitações, modalidades de utilização,  repercussão econômica, transações e práticas associativas. Também buscará promover o  entendimento sobre direitos autorais aplicados ao mercado da música, focados em execução  pública e presença no ambiente digital, e as habilidades para análise de contratos. Com 70  vagas, esta atividade exige inscrição prévia, abertas até 7 de novembro no site  www.paisagemsonorabahia.org. 

IV FESTIVAL PAISAGEM SONORA 

Formação, Gestão e Difusão da Música 

Quando: 17 a 19 de novembro de 2022 (quinta a sábado) 

Onde: Santo Amaro – Bahia 

Pavilhão de aulas do Cecult | Arquivo Público de Santo Amaro | Ruas da cidade Quanto: Programação totalmente gratuita 

Site: www.paisagemsonorabahia.org 

Apoio Cultural: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer – Prefeitura de  Santo Amaro, Educadora FM Bahia e TVE Bahia 

Apoio: Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (FAPEX) e Pró-Reitoria de Extensão  (Proext) 

Realização: Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal  do Recôncavo da Bahia (Cecult/UFRB) e Fundação Nacional de Artes (Funarte) 

17 de novembro (quinta) 

9h às 12h: ABERTURA + MESA #01 

Saudação dos Alabês + Artivismos urbanos: vagalumes, formigas e borboletas em  alianças 

Com: Cíntia Fernandes (UERJ) e Micael Herschmann (UFRJ) 

Mais notícias