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BRASIL - 19/10/2019

Incêndio na Quatro por Quatro teria começado no depósito de mercadorias

Incêndio na Quatro por Quatro teria começado no depósito de mercadorias

incêndio que atingiu a Quatro por Quatro, no Centro do Rio, começou por volta das 11h30m, no depósito de mercadorias que fica no terceiro andar do prédio. Na hora, a casa ainda estava fechada. Funcionários que seriam da brigada de incêndio ainda tentaram controlar o fogo com extintores, mas as chamas se alastraram rapidamente. As informações são do advogado da whisqueria, Hudson Brandão.

— Ainda não sabemos como o fogo começou, mas a origem foi o depósito no terceiro andar. Os funcionários ainda tentaram apagar as chamas — disse Hudson.

Hudson revelou que o dono do imóvel é Vitor Manuel Faria Ribeiro, 45 anos. O empresário tem em seu nome mais dois estabelecimentos comerciais. Uma tabacaria e outra casa de diversões. Ao chegar ao local passou mal e foi socorrido e levado para uma clínica. Três funcionários e o proprietário já foram ouvidos pelos policiais da 1ª DP.

— A casa contava com brigada de incêndio, tinha alvará para funcionar da Prefeitura do Rio e licença do Corpo de Bombeiros — afirmou o advogado.

Hudson Brandão informou que a Quatro por Quatro funciona num prédio de três andares e negou a informação de que o local era um "labirinto" e com corredores e escadas apertadas.

— No primeiro andar, funcionava uma whisqueria . No segundo, um salão, com boate. No terceiro, ficavam salas - afirmou, explicando que as "chamas se concentraram no terceiro".

PM conta como foi o resgate dos bombeiros: 'Vi a dor deles'

Os momentos de desespero de cerca de 15 bombeiros tentando reanimar os militares intoxicados pela fumaça no combate ao incêndio que atingiu a Whiskeria Quatro por Quatro, no Centro do Rio, comoveram dezenas de pessoas que estavam no local. O cabo Allan Martins da Costa, 35 anos, há dez anos na Polícia Militar, foi um deles. O militar conta que muita gente chorava e se abraçava. Outros tentavam abrir caminho para a chegada de ambulâncias.

— Foi uma cena triste. Eu sei como é duro perder um colega de farda. Eu chorei. Várias pessoas choraram. Mesmo eu sendo um militar da PM. Eu vi a dor dos colegas do Corpo de Bombeiros. Estamos todos na mesma luta diária — contou Martins.

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O cabo é do patrulhamento motorizado do Programa Centro Presente. Ele conta que por volta das 11h30m recebeu um chamado para se deslocar para a rua Buenos Aires, onde estaria ocorrendo um incêndio. Quando chegou os bombeiros já estavam. Aparentemente tudo estava controlado.

— Cerca de 50 pessoas entre clientes e funcionários da terma foram retirados com tranquilidade e sem ferimentos pelos bombeiros. Ainda saía fumaça preta — contou.

Em determinado momento o fogo aumentou e a quantidade de fumaça também.

— Não sei o que aconteceu lá dentro. Falam em falta de oxigênio. O que vi foi a tentativa de reanimar os bombeiros. Eles saíram desacordados. Triste. Chorei, como estou chorando agora — disse o militar.

O cabo Martins conta que a primeira coisa é a solidariedade de todo mundo. Muita gente, segundo ele, ajudou. Comerciantes e funcionários de loja das ruas próximas.

— Eu lembrei do dia que encontrei um colega baleado na cabeça na Linha Amarela. Eu era lotado no 22º BPM (Maré). Ele foi baleado por criminosos na saída da Linha Amarela, próximo a Avenida Democráticos. Cheguei para socorrer e tentar reanima-lo. Tentei salva-lo, mas não consegui.

'Nunca vi nada parecido'

Também próximo ao cerco armado pelos bombeiros, o clima era de tristeza e surpresa. Bombeiros e policiais militares se abraçavam, consternados com a tragédia, e, curiosos, perguntam incessantemente sobre mais mortos ou feridos. O advogado Vinicius Nascimento, que trabalha há três anos próximo ao local, estava almoçando quando sentiu o cheiro forte de fumaça e foi ver o que estava acontecendo.

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— Achei estranho porque nunca vi nada parecido acontecendo aqui. Espero que ninguém mais tenha se machucado — disse Vinicius.

Engenheiro do Crea-RJ, Rodolfo Rodrigues, que trabalha no prédio ao lado do incêndio desde 2012, viu, pela janela, a fumaça sair do prédio. Ele conta que a evacuação do edifício foi rápida:

— Quando o incêndio ao lado começou a ficar mais intenso, já estávamos todos fora.

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