Intimidações constantes, escolta 24 horas por dia, monitoramento da própria família e até mesmo drones sobrevoando a casa onde mora fazem parte da rotina do promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) Lincoln Gakiya, conhecido pelo trabalho de combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Há ao menos 20 anos, desde que passou a investigar a facção, ele recebe ameaças de morte.
Em 2009, após o assassinato de um agente penitenciário a mando do grupo, uma liderança do PCC chegou a dizer diretamente ao promotor que o mesmo ainda aconteceria com ele. “Não tem como falar: ‘Não vai dar’. A ordem está dada”, teria dito o criminoso.
“[Esse] problema vai me acompanhar para onde eu for”, disse Gakiya em entrevista exclusiva ao Metrópoles, se referindo às ameaças e ao monitoramento da rotina dele realizados pela facção.
A declaração foi feita após uma investigação do MPSP descobrir que integrantes do PCC alugaram um imóvel a poucos metros da casa do promotor para vigiá-lo e, assim, planejar a execução dele (veja mais abaixo).
“Não adianta eu mudar de condomínio para outro, saber onde eu estou não é difícil. Eles conseguem achar qualquer pessoa. Mas tenho que continuar trabalhando”, disse à reportagem.
O promotor confirmou que intimidações do tipo o amedrontam. “Pode parecer que é banal, que eu estou acostumado, mas não é não. Eu também fico abalado, principalmente porque pode ter havido aí o monitoramento da [minha] família”, disse.
Operação frustrou plano do PCC de matar promotor e diretor de presídios
Na manhã dessa sexta (24/10), o MPSP e a Polícia Civil deflagraram uma operação contra integrantes do PCC suspeitos de planejarem o assassinato do promotor Lincoln Gakiya e do coordenador de presídios Roberto Medina.
Segundo o promotor, Medina estava sem escolta na época do monitoramento feito pelos criminosos – entre junho e julho deste ano.
No âmbito da operação, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nas cidades de Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1), todas no interior de São Paulo.
As investigações apontaram a existência de uma célula do crime organizado estruturada de forma compartimentada e “altamente disciplinada”, encarregada de realizar levantamentos detalhados da rotina de autoridades públicas e de seus familiares, “com a clara finalidade de preparar atentados contra esses alvos previamente selecionados”, segundo o MPSP.
Os suspeitos haviam identificado, monitorado e mapeado os hábitos diários de autoridades. “A célula operava sob rígido esquema de compartimentação, no qual cada integrante desempenhava uma função específica, sem conhecer a totalidade do plano, o que dificultava a detecção da trama”, afirma a promotoria.
Batizada de Recon, a operação identificou os envolvidos na fase de reconhecimento e vigilância, bem como fez a apreensão de materiais e equipamentos que serão submetidos à perícia e, em última análise, poderão levar à descoberta dos responsáveis pela etapa de execução do atentado.
Célula do PCC mira assassinato de autoridades
À reportagem, Gakiya chamou a célula de “sintonia restrita”, da qual faz parte ao menos uma dezena de faccionados – entre eles Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano e apontado como “disciplina” do PCC no ABC Paulista. Ele foi preso no início de outubro sob suspeita de participar da execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes.
Segundo Gakiya, o nome de Ruy estava em uma lista junto com o de outras autoridades, como o do próprio promotor e o de Medina. A lista estabelece alvos que devem ser mortos pela facção – plano que estava adormecido, mas foi colocado em prática recentemente, o que ficou provado a partir da morte do ex-delegado-geral.
“Eu estaria sendo leviano de afirmar, porque as investigações não terminaram ainda, mas há indícios muito fortes de que a morte do Ruy tenha sido determinada pelo PCC. Isso porque todos os integrantes que foram presos são do PCC ou ligados à facção. Um deles, inclusive, é ligado à sintonia restrita, que é o Mascherano”, disse.
A execução de autoridades, no entanto, seria o plano B da sintonia restrita. O objetivo inicial da célula, considerada de “elite”, seria resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, do sistema prisional federal.
O resgate do preso, que nega qualquer envolvimento com o crime organizado, não seria mais possível, no entanto, pelas dificuldades da facção em retirá-lo do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ele está há seis anos.
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