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BAHIA - 19/01/2024

Estudantes de Serrinha produzem podcast com conteúdo educativo antirracista

Estudantes de Serrinha produzem podcast com conteúdo educativo antirracista

Mais do que fazer parte do currículo escolar da rede estadual de ensino, a educação antirracista consiste em um importante debate acerca do reconhecimento, do enfrentamento e da adoção de estratégias educativas e intervencionistas para o combate ao racismo. Dentro deste contexto, as estudantes Rainara Martins e Ariane Menezes, do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) Sisal, no município de Serrinha, protagonizam o projeto “Combatendo o racismo por meio de podcast”, uma das ações do Coletivo Daomé, que é formado por mulheres negras da unidade escolar. A ação contempla o cumprimento da Lei Federal nº 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira nas escolas.

Em um mundo cada vez mais conectado, destaca a professora-orientadora Rafaella de Lima Capistrano, das disciplinas História e Mundo do Trabalho, os podcasts emergem como uma poderosa ferramenta de comunicação e educação. “Eles têm o poder de educar, inspirar e unir comunidades em torno de temas importantes e urgentes. Este projeto, que reúne duas alunas negras produzindo o conteúdo do podcast, nasceu com a proposta de divulgar os livros da biblioteca de autores negros e foi utilizado para divulgar a resenha desses livros e incentivar a sua leitura na comunidade escolar. Entretanto, além de divulgar os livros de autores negros, os podcast se tornaram fonte de análise aprofundadas e de debate na luta por igualdade racial”, avalia a educadora.

A estudante Rainara explica que um dos objetivos do podcast que produziu, juntamente com a colega Ariane, é fazer com que as meninas negras saibam que são acolhidas e que suas dores são compreendidas. “No ambiente escolar, onde muitas de nós já sofremos por sermos negras, queremos que essa realidade mude e um dos meios que temos para conscientizar as pessoas sobre o que é racismo é via podcast, por meio do qual podemos falar de nossas origens, dos nossos descendentes. Podemos quebrar as limitações que a sociedade impõe sobre as pessoas pretas. Já recebi muito relatos de meninas que sofreram muito bullyng por conta de suas origens, diminuindo sua autoestima. Nosso maior intuito, portanto, é contribuir para a autoaceitação das meninas negras, ajudando elas a entenderem que os nossos traços são lindos”, relata.

Os podcasts são passados na hora do intervalo das aulas, bem como são utilizados grupos de WhatsApp para divulgar o conteúdo dessas publicações de áudio. “Mas estamos projetando lançar em outra plataforma digital quando recebermos o dinheiro do Edital Makota Valdina. Esse dinheiro será essencial para comprar aparelhos específicos”, revela a professora Rafaella, destacando, ainda, que o projeto é sobre ação. “Além de oferecer um conteúdo educativo por meio do podcast, o Coletivo Daomé se compromete com a promoção de eventos e atividades comunitárias que ampliem o alcance de nossa mensagem e incentivem a mudança prática em nossa comunidade escolar”.

Assessoria de Comunicação
Secretaria da Educação do Estado da Bahia

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