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BAHIA - 09/08/2020

Após cinco meses de isolamento, filhos buscam alternativas para comemorar o Dia dos Pais

Após cinco meses de isolamento, filhos buscam alternativas para comemorar o Dia dos Pais

Oano de 2020, sem dúvida, ficará marcado na história da humanidade. Desde que a pandemia do novo coronavírus atingiu os quatro cantos do planeta, as datas comemorativas tiveram que ser ressignificadas e o abraço deixou de ser a principal demonstração de afeto.

Dia das Mães, Dia dos Namorados, Páscoa e aniversários passaram ser comemorados através da tela do celular ou computador. Pouca gente imaginou que o Dia dos Pais também seria celebrado nesse cenário, mas eis que a data chegou, neste domingo (9).

Sem encontrar com o pai desde o mês de março, a estudante de jornalismo, Alícia Ribeiro, de 22 anos, finalmente irá almoçar como ele pela primeira vez, após cinco meses de isolamento social.

“Há meses que não vejo meu pai, por causa da pandemia. A gente evitou se ver, mas agora, Dia dos Pais, ele está com muita saudade”, contou a estudante, em entrevista ao BNews.

Alícia mora com a mãe, mas costuma falar diariamente com o pai, o advogado José Neto, de 63 anos, por chamada de vídeo. 

“Meu pai é idoso e diabético, portanto, é considerado grupo de risco, mas eu estou trabalhando em home office e minha mãe não sai de casa, então, acho que vai ser tranquilo”, avaliou. “Ele já me ligou dizendo que está ansioso para me ver”, comemorou.

A psicóloga Gabrielle Capinam, de 25 anos, estava fazendo mestrado em São Paulo quando começou a pandemia. A partir daí, passou várias datas comemorativas sozinha. No mês passado, ela tomou a decisão de voltar para a Bahia, onde mora a família.

A decisão não foi fácil, pelo risco de contaminação durante a viagem. Por isso, Gabrielle decidiu passar quinze dias em total isolamento, assim que chegou de viagem, para evitar ter contato com os pais.

“Minha preocupação sempre foi não transmitir o vírus para outras pessoas, especialmente para pessoas do grupo de risco, que é o caso do meu pai, que é hipertenso. Estou bem, sem nenhum sintoma, que eu saiba não fui infectada, mas optei por ficar quinze dias isolada em uma casa. Via meus pais de longe, de máscara, através de uma porta, para evitar qualquer possiblidade de contaminação. Foi bem angustiante”, contou.

Nesse Dia dos Pais, Gabrielle ainda está com receio de encontrar o pai, o professor Alex Simões, de 53 anos.

“Em temos de pandemia, a maior demonstração de amor e cuidado e manter a distância necessária. Ainda continuo isolada, com receio de estar assintomática. Ainda estou pensando se terei contato com meus pais, mas devo ir, de máscara, de longe. Abraço de jeito nenhum”, ressaltou.

Já a advogada Alanna Oliveira, de 30 anos, filha do promotor de Justiça, Estácio de Oliveira, de 57 anos, decidiu acabar de vez com a angústia e optou por fazer um exame para detectar se estaria contaminada com a Covid-19.

“No começo dessa pandemia fiquei muito apreensiva. Não moro com meu pai e a possibilidade de não vê-lo era muito difícil. Nunca passamos muito tempo longe um do outro. A gente achou que a pandemia só ia durar quinze dias, mas vimos que não era só isso e fiquei muito tensa e ansiosa”, destacou.

“A pandemia me mostrou o que eu já sabia: que meu pai é extremamente importante para mim”, disse Allana, que fez o exame na última terça-feira (4) e recebeu o resultado na noite de sexta-feira (7): não reagente (negativo).

“Tive contato próximo com uma pessoa que estava assintomática, mas que teve resultado positivo para o coronavírus. Por isso fiquei tão preocupada. A possibilidade de passar o Dia dos Pais longe do meu pai me deixou devastada. Graças a Deus meu exame deu negativo e eu vou passar o Dia dos Pais com ele e com meus dois irmãos. Estou muito feliz”, comemorou.

Há também quem esteja vivendo a experiência de ser pai pela primeira vez. É o caso do bancário Átila Ribeiro, de 33 anos, pai do pequeno Miguel, que fez 1 mês na última terça-feira (4).

Para ele, se tornar pai durante a pandemia teve até algumas vantagens. “Tem o lado bom e o lado ruim. A parte ruim é que nem todo mundo pode visitar ele [o bebê], mas a parte boa é que, pelo menos, ninguém atrapalha o sono dele”, observou.

“Estou muito feliz. Meu filho veio no momento certo e ocupou toda nossa rotina dentro casa, durante a pandemia. Medo [da infecção] a gente sempre tem, mas vivemos em um ‘normal’ diferente”, disse o papai de primeira viagem.

Mesmo em meio às angústias, dúvidas e aflições, se tem algo que a pandemia não mudou foi o amor entre pais e filhos. De perto ou de longe, esse domingo histórico será lembrado para sempre. Informações por B News


 

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