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BAHIA - 01/02/2019

Deputado Nelson Leal chega a presidência da AL-BA mais enigmático do que antecessores

Deputado Nelson Leal chega a presidência da AL-BA mais enigmático do que antecessores

O novo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) conseguiu uma proeza maior do que Angelo Coronel (PSD), que também saiu dos bastidores da Casa para comandá-la. Nelson Leal (PP), eleito pela primeira vez por um partido de maior musculatura, submergiu logo após garantir o acordo que deve elegê-lo nesta sexta-feira (1º) e evitou falar sobre todo e qualquer tema. A ideia foi fugir de polêmicas e temas espinhosos que poderiam custar algum dos apoiadores. Leal, então, se “apagou” desde dezembro, quando desbancou o PSD e o PT na disputa pela presidência da AL-BA.

 

Desde a costura do acordo de cavalheiros, que se cumprido dará o comando da Assembleia para Adolfo Menezes (PSD) a partir de 2021, Leal não falou sobre qualquer assunto. E não faltaram temas relacionados à AL-BA no período, principalmente sobre o orçamento. Senador eleito, Coronel movimentou recursos acima da expectativa e necessitou de suplementação para fechar as contas de 2018. O futuro presidente recebe um caixa mais baixo do que seu antecessor recebeu e com o desafio de fazer a Assembleia funcionar após “o pior ano da história”, na avaliação de outro ex-presidente, Marcelo Nilo (PSB).

 

Foi uma submersão inteligente por parte do deputado. Nelson Leal sempre foi um deputado discreto no trato com a imprensa. E até mesmo na própria Assembleia. Talvez o momento de maior exposição dele tenha acontecido exatamente na eleição de Coronel, porém de uma maneira ligeiramente negativa. Por justamente ser o inverso do sobrenome.

 

Leal era considerado por Nilo um cabo eleitoral – à época, ele e o ex-presidente candidato à reeleição eram correligionários no PSL. No entanto, junto com o PCdoB, o quase presidente mudou de lado e passou a acompanhar o projeto de Coronel para pôr fim ao reinado de 10 anos de Nilo na direção da AL-BA. Ali Leal apareceu de maneira mais incisiva na imprensa, apesar dos quatro mandatos em que esteve na casa.

 

A transformação dele em candidato único também não foi simples. Ele e o PP fizeram apostas arriscadas para garantir um dos maiores orçamentos da Bahia. Primeiro porque Leal era um recém-chegado ao PP. Em teoria, a antiguidade de outros nomes do partido deveria valer antes da apresentação dele como candidato. Não foi o que aconteceu e o vice-governador, João Leão, bancou o nome de Leal na disputa.

 

Foi quando aconteceu o embate mais emblemático. O PSD de Coronel não pretendia abrir mão da Assembleia e o PT, com a maior bancada, tentou construir uma candidatura. No entanto, o desenho da chapa do governador Rui Costa em 2018 e o aval pessoal do chefe do Executivo acabaram por validar a união em torno do progressista, que foi publicamente apresentada após um encontro na governadoria. Os dois partidos recuaram e o PSD ficou com a promessa de voltar a presidir a Assembleia em dois anos. Nada mal.

 

Nesta sexta, Nelson Leal deve ser eleito presidente do Legislativo pela imensa maioria dos deputados – Hilton Coelho (PSOL), como se sabe, deve votar contra para manter o padrão adotado na Câmara de Salvador. Aí então o futuro dirigente deve sair dos bastidores e finalmente saberemos como a AL-BA será conduzida pelo menos nos próximos dois anos. BN

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