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BAHIA - 25/07/2025

O que faz Jequié e Juazeiro entrarem no top 3 da violência no Brasil?

O que faz Jequié e Juazeiro entrarem no top 3 da violência no Brasil?

Somando pouco mais de 400 mil habitantes juntas, as cidades baianas de Jequié e Juazeiro estão entre as cidades mais violentas do Brasil. Ambas ocupam, respectivamente, o 2º e o 3º lugar no ranking do Anuário de Segurança, divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O anuário calcula as taxas de violência a cada 100 mil habitantes e os dados são referentes ao ano de 2024. Neste cenário, Jequié assumiu o segundo lugar com uma taxa de mortalidade de 77,6. Em números absolutos, foram 131 pessoas mortas vítimas de violência.

A violência na cidade não para por aí. O município consta ainda do ranking das maiores taxas de letalidade policial: das 131 mortes violentas registradas no último ano, 44 foram provocadas pelas polícias Militar e Civil, ou seja, 1 em cada 3 mortes na cidade foram provocadas por agentes do Estado.

Veja cenário:Taxa de mortalidade: 77,6Número de mortos: 131Mortes por intervenção policial : 44

Guerra entre facções

Uma das explicações que corroboram para o aumento de mortes violentas na cidade é a guerra entre facções que predominam a região: Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), representadas pelo "Tudo 2" e "Tudo 3", respectivamente.

Paulo TG, Real e Nonon, traficantes de Jequié
Paulo TG, Real e Nonon, traficantes de Jequié | Foto: Reprodução

As organizações atuam há pelo menos 10 anos, ordenando homicídios e intensificando o clima de insegurança na cidade, além de ampliar o confronto armado com agentes de segurança.

A chegada de uma nova facção, conhecida como a "A Tropa do Pão" acirrou ainda mais o conflito. A liderança da facção, conhecida como "Dinho Beição", porém, foi presa rapidamente, evitando o crescimento do grupo.

Outra liderança que também foi presa, em fevereiro deste ano, foi o chefe do PCC na região, conhecido como "Juca". O traficante foi localizado pela Polícia Federal (PF) em Santa Catarina.

Diferente da "Tropa do A", a prisão, porém, não freou a facção, pois o grupo já criou ramificação ao se unir com o Bonde do Maluco (BDM).

Juazeiro

As guerras entre facções não só estão em Jequié, mas também na cidade de Juazeiro. A predominância dos grupos criminosos fez com que a cidade ocupasse o terceiro lugar do ranking das cidades com mais mortes violentas do Brasil, no Anuário de Segurança.

Localizado na região norte da Bahia, o município, com cerca de 250 mil habitantes, viu o número de mortes violentas intencionais crescer 9,6% no último ano e chegar a 194 vítimas, com uma taxa de 76,2.

Veja cenárioTaxa de mortalidade: 76,2Número de mortos: 194Mortes por intervenção policial: 42Crime organizado

Segundo o anuário, o tráfico e guerra de entre grumos criminosos também justificam o número de mortes. Na região, duas facções têm maior domínio: Bonde do Maluco (BDM) e uma dissidência deste grupo, intitulada “Honda”.

Neste ano, inclusive, houve a transferência de cinco detentos do presídio de Juazeiro para a unidade de segurança máxima de Serrinha. Entre os traficantes transferidos, estava o líder da Honda: o Diogo Bernardino. Diogo comandava a facção de dentro da cela do conjunto penal.

Diogo, do lado esquerdo, é líder da facção Honda; Robson, na direita, conhecido por vários homicídios na região
Diogo, do lado esquerdo, é líder da facção Honda; Robson, na direita, conhecido por vários homicídios na região | Foto: Reprodução

Além dele, outro nome que estava entre os presos transferidos, foi Robson dos Santos. Apesar de não te uma vinculação firme na facção, ele atuava no tráfico de drogas da região e era responsável por homicídios.

O que diz a Secretaria de Segurança Pública?

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que nos últimos dois anos houve redução no número de mortes violentas: 6% em 2023 e 8,2% em 2024.

A SSP também afirmou que a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) fez um trabalho específico em Jequié e que, depois disso, não houve registro de aumento de mortes violentas na cidade. A secretaria não especificou qual foi o tipo de trabalho, nem quando ele foi realizado.

No que se refere aos casos de mortes decorrentes de intervenções policiais, a "SSP reafirma que todas as ocorrências são investigadas pela Polícia Civil e pelas respectivas corregedorias. Além disso, medidas de aperfeiçoamento do controle da atividade policial vêm sendo adotadas, a exemplo da Portaria nº 070-CG/2025, da Polícia Militar da Bahia, que estabelece o afastamento e acompanhamento psicológico de policiais envolvidos em ocorrências com mortes por intervenção legal, garantindo também suporte jurídico, emocional e profissional".

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Por  A TARDE

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