Acantora angolana Titica entra nos palcos por aqui brincando com uma expressão brasileira bem popular:
— Sou Titica, mas não é a de galinha.
A confusão não ocorre se pronunciarmos o nome dela direitinho, com a língua subindo para o céu da boca, como no “t” de “telhado”. Outro ponto para ficar claro é em relação à comparação que a fez famosa no Brasil: Pabllo Vittar da Angola:
— Ela é drag, eu sou trans.
Mas nada que impeça Titica de tecer elogios à colega.
— É normal a comparação por sermos e lutarmos pela comunidade LGBT. A Pabllo Vittar é excelente, uma cantora completa. Virei fã — diz Titica, que convidou a drag para gravar com ela um remix de sua música “Come e baza”, a ser lançada neste sábado (veja abaixo o horário, o preço e o endereço).
No Brasil para uma série de shows, Titica chega ao Rio para mostrar o seu kuduro, gênero popular na Angola com um estilo semelhante ao funk pelas letras e pelas danças sensuais originadas na periferia:
— Amo o funk e a liberdade de expressão da linguagem do gueto. Isso contribui para o meu trabalho. Gosto de ser sexy ao dançar. Isso cativa meus fãs.
Esse é só mais um ponto que a aproxima das terras brasileiras.
— Sempre me identifiquei com o Brasil. Já venho para cá há 13 anos. Amo a receptividade, é um povo muito simpático, e amo as baladas — ri Titica, principalmente quando perguntada se já se envolveu com brasileiros na noite: — Estou solteira. Mas sozinha, nunca. Tenho química com o povo brasileiro.
E toda essa brasilidade acabou chamando atenção também de Lázaro Ramos e Taís Araújo, que a convidaram para uma participação na série “Mr. Brau”.
— Fiquei muito feliz com o convite. “Xica da Silva” (1996, na Manchete) é minha novela favorita, e eu imitava a Taís (Araújo) quando criança. Esta é uma oportunidade para mostrar ao Brasil o que é a nossa Angola.
Titica ao lado de Taís Araújo e Lázaro RamosO show de Titica acontece no Porto Lab (Via Binário do Porto 310, Santo Cristo), nesta sexta, às 23h. O ingresso custa R$ 30. A classificação é 18 anos.