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MUNDO - 14/04/2018

Ataque à Síria: ONU marca reunião de emergência após bombardeio

Ataque à Síria: ONU marca reunião de emergência após bombardeio

Damasco, a capital da Síria, foi abalada por explosões que iluminaram os céus na noite desta sexta-feira (13/4), minutos após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar ataques aéreos alegando o uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad. Além dos EUA, a ação teve apoio do Reino Unido e da França.

Logo após o bombardeio, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou por meio de comunicado que o ataque americano contra bases sírias “não ficará sem consequências”.

Organização das Nações Unidas (ONU) marcou para este sábado (14/4), às 11h, uma reunião de emergência do seu Conselho de Segurança, responsável pela paz e segurança internacionais. O pedido do encontro foi feito pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Foram atingidos, segundo a coalizão, quatro alvos descritos como locais de “capacidades químicas”: um centro de pesquisa científica em Damasco; uma instalação de armazenamento de armas químicas, localizada a oeste de Homs; um armazém de equipamentos de armas químicas, além de um posto de comando.

O general Josefh Dunford, presidente do Joint Chiefs – um comitê de assessoramento do Pentágono – garantiu que  os alvos que foram atingidos e destruídos estavam especificamente associados ao programa de armas químicas do regime sírio. “Também selecionamos alvos que minimizariam o risco para civis inocentes”, disse.

O bombardeio ocorreu uma semana depois de relatos de ONGs da Síria de um ataque químico a civis na cidade de Douma, reduto rebelde próximo de Damasco, que teria deixado ao menos 70 mortos.

“Um tiro só”
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, afirmou que os ataques aéreos contra a Síria foram pontuais. “Neste momento, foi um tiro só”, afirmou Mattis, em coletiva de imprensa no Pentágono. “Por ora, não temos novas ações planejadas.”

Mattis destacou que o ataque é mais intenso que o de 7 de abril de 2017, quando os EUA lançaram dezenas de mísseis contra o regime de Assad em resposta a um ataque químico que deixou 80 mortos. Segundo o general Joseph Dunford, o ataque durou menos de uma hora. Segundo a rede CNN, foram utilizados na ação militar bombardeiros B-1, invisíveis ao radar.

O secretário de Defesa destacou ainda que “não houve relato de dano” entre as forças dos EUA e dos aliados.

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Cerca de uma hora antes, o presidente americano, Donald Trump, ressaltou que os ataques ocorreriam “até que o regime sírio deixe de utilizar armas químicas contra civis”. “Sustentaremos esta ação tanto quanto for necessário”, disse.

Em seu comunicado, feito logo após de ordenar o ataque, Trump deu um ultimato à Russia, para que o país retire o apoio prestado até agora ao governo sírio. O anúncio foi divulgado no Twitter oficial da Casa Branca. 

Apoio
O gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou por meio de nota que a França atacou o território sírio, em parceria com os Estados Unidos e Reino Unido. De acordo com Macron, os bombardeios na Síria visam “arsenais de armas químicas do regime [de Bashar Assad]”.

A primeira-ministra britânica também confirmou os ataques e disse não se tratar de uma tentativa de mudar o regime sírio. “Trata-se de um ataque limitado e direcionado que não agrava ainda mais as tensões na região e que faz todo o possível para evitar mortes de civis”, disse Theresa May, em comunicado.

A TV estatal síria comunicou que as defesas aéreas do país reagiram ao ataque norte-americano. O Sistema de Defesa Sírio informou ter derrubado 13 mísseis.

Poder de fogo
Mísseis foram lançados por navios militares norte-americanos sobre a capital do país, Damasco. De acordo com agências internacionais, a defesa anti-aérea do país resistiu, mas ao menos seis explosões foram ouvidas. Entre os alvos estariam o Observatório de Pesquisas sírio, além de um armazém de produtos químicos e uma base aérea usada pelo governo russo.

A Casa Branca,afirmou que a reação dos EUA  desta noite é apenas uma mensagem dura contra o uso de armas químicas, pelo governo sírio, o que não será tolerado. Os destróieres USS Donald Cook e USS Porter estavam carregados com cerca de duas dúzias de mísseis Tomahawk cada: o primeiro foi posicionado na costa do país na terça-feira (10).

 

Rússia reage
O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou por meio de comunicado que o ataque americano contra bases sírias “não ficará sem consequências”.

“Nossos avisos não foram ouvidos”, escreveu Antonov. “Novamente, estamos sendo ameaçados. Nós avisamos que tais ações não ficarão sem consequências”.

Antonov disse que “toda a responsabilidade” pelas ações seguintes aos ataques será de Washington, Londres e Paris.

“Insultar o Presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível”, escreveu Antonov. “Os Estados Unidos – o detentor do maior arsenal de armas químicas do mundo – não tem direito moral para culpar outros países.”

Risco à paz
O governo de Bashar Assad já havia recebido ameaças por parte de potências ocidentais, lideradas pelos EUA, após suposto ataque químico executado contra Duma, durante o último fim de semana. Tanto a Síria quanto a Rússia negam a ação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 500 pessoas foram atingidas por agentes químicos na região de Ghouta Oriental: 70 pessoas morreram.

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou sobre o retorno da Guerra Fria – marcada pelo conflito entre Estados Unidos e Rússia – e denunciou que a situação na Síria representa, agora, o maior perigo para a paz e a segurança internacionais. (Com informações das agências Estado e Brasil)

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