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BRASIL - 13/05/2018

Após ser baleada na cabeça no sétimo mês de gravidez, Michelle Ramos comemora seu primeiro Dia das Mães

Após ser baleada na cabeça no sétimo mês de gravidez, Michelle Ramos comemora seu primeiro Dia das Mães

Os olhos atentos não cansam de procurar a mãe. É como se o bebê ainda estivesse tirando o atraso dos oito primeiros dias de vida, período em que ficou separado do seio materno, enquanto se recuperava do parto prematuro. Antônio nasceu no dia 13 de janeiro, em uma cesariana de emergência, depois que Michelle Ramos, de 33 anos, foi baleada na cabeça num assalto, em Belford Roxo. Ela ficou 11 dias no hospital. Ele, quase um mês. Mas os dias difíceis ficaram no passado. A troca de sorrisos entre mãe e filho mostra que a marca do amor superou a da violência. No dia de hoje, Michelle terá uma dupla comemoração: Antônio completa quatro meses de idade, e ela celebra seu primeiro Dia das Mães.

— É uma grande emoção. Não me lembro com pesar daquele dia, porque foi o dia em que meu filho nasceu. Nada mais importa do que o bem que ele me fez. Ele passou muito sofrimento, mas se mostrou um guerreiro. Tenho muita alegria de ser mãe dele — diz a escrevente, que é casada há oito anos com o corretor de imóveis Wallace Araújo, de 34 anos.

Michelle e Wallace nunca perderam a fé na recuperação de AntônioMichelle e Wallace nunca perderam a fé na recuperação de Antônio Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

A chegada de Antônio foi recheada de sustos. O bebê nasceu com parada cardiorrespiratória. Ao ser ressuscitado, entrou em convulsão e, após tomar medicamentos para conter a crise, apresentou uma complicação nos rins. Hoje, porém, não tem sequela alguma. Tampouco Michelle. Ela fará no mês que vem um último exame antes de colocar uma prótese de platina no crânio, onde a bala transfixou. Fora isso, leva vida normal.

— Se alguém ainda duvidava da existência de Deus, nós somos a prova do que Ele pode realmente fazer — afirma ela.

Do tempo em que ficou internada, Michelle só se lembra de coisas boas, como a enxurrada de doações de sangue que recebeu.

— Quando eu cheguei, o nível do banco de sangue do hospital estava crítico. Mas, com a divulgação do meu caso, apareceram tantos doadores, que o hospital teve que recusar, pois não tinha mais capacidade — conta ela.

Sem perder a esperança

Durante 24 dias, desde o nascimento de Antônio até o dia em que o bebê teve alta, o marido Wallace Araújo foi o porto seguro de Michelle. Mesmo nos momentos mais difíceis, quando o parecer dos médicos era pouco promissor, o corretor de imóveis manteve acesa a chama da esperança.

— O momento mais difícil foi quando disseram que nada mais poderia ser feito. Tudo o que estava ao alcance da ciência tinha sido executado. O risco de morte era iminente. Mas eu não perdi a esperança nem por um segundo — diz o pai de Antônio.

Quando os exames concluíram que não havia isquemia cerebral, até a médica chorou.

— Ela veio dar a notícia rindo e chorando. Parecia o filho dela — conta.

Depoimento: ‘Sou mãe de um verdadeiro vencedor’

"Meu primeiro Dia das Mães terá o sabor de uma vitória muito grande. Não apenas porque sou mãe, mas porque sou mãe de um verdadeiro vencedor. Mãe de um guerreiro que não desistiu. Antônio chegou para nos trazer uma mensagem de amor, paz e alegria. Eu aprendo muito com ele, ainda que não fale, apenas gesticule. O olhar dele penetra na minha alma. Antes, eu pensava que entendia o amor da minha mãe por mim, mas hoje sei o que significa um amor incondicional. Quero aproveitar para parabenizar todas as mães pela maternidade, que é uma grande dádiva." EXTRA ONLINE

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