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BAHIA - 26/02/2018

Operação da PF investiga suposto pagamento de R$ 82 milhões em propina a ex-governador da Bahia

Operação da PF investiga suposto pagamento de R$ 82 milhões em propina a ex-governador da Bahia

A PF também cumpriu mandados nas casas e nos escritórios de Bruno Dauster, chefe da Casa Civil da Bahia, e do empresário Carlos Daltro, amigo de Wagner. A polícia investiga se Dauster e Daltro atuaram como intermediários para o recebimento de propina a Wagner.

O governador Rui Costa, em entrevista à imprensa, disse que tem confiança de que todo o processo de construção da Arena Fonte foi feito dentro da legalidade e que confia na integridade do atual secretário de Desenvolvimento Econômico do governo, Jaques Wagner.

"Eu tenho absoluta confiança na lisura de tudo que foi feito. Tenho absoluta confiança porque conheço há 35 anos o ex-governador Jaques Wagner, da sua lisura, da sua correção. O processo de investigação comprovará esse processo de lisura do que foi feito. As informações, os dados, os números que eu tenho, vocês podem comparar, é que o estádio da Fonte Nova foi o mais barato - seja por metro quadrado, seja por assento no estádio -, entre todos os que foram construídos no Brasil".

Rui Costa também criticou a cobertura da imprensa sobre o caso. "Fica claro que a operação não tem o fim da investigação. Ela tem o fim jornalístico, tem um fim midiático, tem um fim político-partidário".

O secretário Bruno Dauster emitiu comunicado oficial, através do Governo da Bahia, afirmando que "estranhou a inclusão do seu nome na operação da Polícia Federal. Disse que não era secretário na época dos fatos investigados e que deseja um amplo esclarecimento o mais rápido possível".

A reportagem tenta localizar a defesa do empresário Carlos Daltro.

G1 ficou durante toda a manhã em frente ao prédio onde mora Jaques Wagner, onde esteve também o advogado do petista, Pablo Domingues. Questionado pela reportagem, Domingues não comentou as acusações contra o cliente. Ele disse apenas que deve convocar uma entrevista coletiva ainda nesta segunda-feira.

A reportagem procurou também a assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e aguarda posicionamento.

Um dos nomes mais importantes do PT, Wagner foi governador da Bahia por dois mandatos consecutivos (2007-2014) e deputado federal por três mandatos.

No governo Dilma Rousseff, o petista foi ministro da Defesa (2014) e da Casa Civil (2015) e também chefe de gabinete da presidente (2016). No governo Lula, foi ministro do Trabalho (2003) e das Relações Institucionais (2005/2006), além de ter chefiado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (2004).

A Polícia Federal informou que pediria à Justiça autorização para conduzir coercitivamente Wagner, Dauster e Daltro, mas, como decisão recente do Supremo Tribunal Federal suspendeu as conduções coercitivas, a PF decidiu pedir a prisão temporária dos três suspeitos, o que foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

A PF, então, pretende ouvir os suspeitos em depoimentos que ainda serão agendados.

Agentes da Polícia Federal estiveram no apartamento onde o ex-governador Jaques Wagner mora, na manhã desta segunda-feira (26) (Foto: Henrique Mendes/ G1)Agentes da Polícia Federal estiveram no apartamento onde o ex-governador Jaques Wagner mora, na manhã desta segunda-feira (26) (Foto: Henrique Mendes/ G1)

Agentes da Polícia Federal estiveram no apartamento onde o ex-governador Jaques Wagner mora, na manhã desta segunda-feira (26) (Foto: Henrique Mendes/ G1)

Investigação

Segundo a delegada da PF Luciana Matutino, este inquérito tramita desde 2013 com base em estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que apontou irregularidades na Parceria Público Privada (PPP) para demolição e reconstrução da Arena Fonte Nova. Esse estudo foi enviado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que na época analisou as contas e julgou o contrato ilegal.

“Em razão de laudos periciais, verificamos que houve fraude para beneficiar o consórcio formado por Odebrecht e OAS”, diz a delegada.

De acordo com as cláusulas do edital de licitação, somente as duas empresas atendiam a alguns requisitos - como experiência em demolição, serviço que acabou prestado por empresa terceirizada. “Então, não havia motivo para que essas exigências fossem colocadas no edital”, diz a delegada.

Em nota, a Odebrecht informou que está colaborando com a Justiça. "[A empresa] já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”, diz a nota.

A Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), concessionária responsável pela gestão da Arena Fonte Nova, informou que aguarda informações oficiais sobre a Operação Cartão Vermelho, mas disse que se coloca à disposição das autoridades para colaborar no que for preciso.

Leia a íntegra da nota do PT

"Invasão da casa de Wagner é perseguição política

A sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT.

A invasão da residência do ex-governador Jaques Wagner por agentes da Polícia Federal, na manhã de segunda-feira (26), é mais um episódio da campanha de perseguição contra o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças.

A sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário.

A escalada do arbítrio está diretamente relacionada ao crescimento da pré-candidatura do ex-presidente Lula, nas pesquisas, nas manifestações populares, nas caravanas de Lula pelo Brasil. Quanto mais Lula avança, mais tentam nos atingir com mentiras e operações midiáticas.

Nossa solidariedade ao companheiro Jaques Wagner e sua família.

Por Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores." G1

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