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SALVADOR - 12/03/2019

Convocação de Pimentel na Câmara é teste para comportamento do PSL na Bahia

Convocação de Pimentel na Câmara é teste para comportamento do PSL na Bahia

A convocação de Alberto Pimentel para comparecer à Câmara de Vereadores, inicialmente agendada para esta quarta-feira (13), será uma prova de fogo para o comportamento do PSL na Bahia frente às adversidades do sistema político. Nadar a favor da corrente, como fizeram os dirigentes do partido com a onda bolsonarista, é bem mais fácil do que lidar com as intempéries criadas a partir do relacionamento intramuros com os detentores de mandato. Ao ter o pedido de antecipação da convocação negado, Pimentel voltou a sentir que a disputa por micropoderes é mais complexa do que prega essa “nova política”.

 

Atual secretário de Trabalho, Esportes e Lazer da prefeitura de Salvador, chegou ao posto com a benção da esposa, presidente estadual do PSL e autodeclarada deputada de Jair Bolsonaro na Bahia. Dayane Pimentel integra a leva de políticos novatos eleitos sob a égide do presidente da República e, tal qual o marido, não desfruta de experiência prévia na política. Até o momento, ambos usaram um tom mais raivoso, próximo ao adotado por Bolsonaro, porém sem o lastro do chefe do Executivo federal. Por isso, a forma como Alberto Pimentel vai se comportar na Câmara de Vereadores pode ser um balizador para os rumos do PSL na Bahia.

 

Ao longo dos últimos dias, Alberto protagonizou atos como dirigente partidário, ao empossar, por exemplo, presidentes de diretórios municipais. Na condição de secretário-geral da sigla na Bahia, ele divide o protagonismo com a mulher, deputada federal. Por isso é impossível não perceber que a ligação umbilical entre os dois se reflete em diversas esferas de poder, inclusive na construção do diálogo interno e externo. É como se ambos fossem indissociáveis, razão pela qual o tom adotado na convocação da Câmara pode refletir o que pensa o PSL baiano.

 

Por enquanto, o clã Pimentel na Bahia deu demonstrações de que prefere o embate ao diálogo. A questão é que, além da falta de traquejo político, outras razões justificam a crise entre Alberto e a Câmara de Vereadores. Desde a guerra insuflada pelo ex-titular da Semtel e atual presidente do Legislativo soteropolitano, Geraldo Jr., até a disputa pelo legado do PSL em Salvador – ainda que Bolsonaro não tenha vencido nas urnas da capital baiana, o capital político dele não é desprezível para as eleições de 2020. São muitos fatores que estarão em jogo a partir da ida do secretário à Câmara e o comportamento de Alberto ditará se existe a possibilidade de construir um denominador comum ou se não há remédio para estancar a ferida.

 

Com tantos velhacos na Câmara, com certeza a tropa de choque já foi eleita para vociferar as provocações pretendidas por Geraldo Jr. e tantos outros que queiram testar Alberto. Como o secretário vai reagir a elas, é a dúvida que não apenas a imprensa quer saber. Afinal, nenhum chefe de Executivo quer uma bomba-relógio nas proximidades e ACM Neto estará, com certeza, acompanhando o evento. Agora só resta esperar para ver. BN

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