19 de abril de 2024
MIN MAX
Envie fotos e vídeos
para nosso WhatsApp
75 99120-3503

Notícias

POLÍTICA - 19/11/2019

Bolsonaro assina desfiliação do PSL

Bolsonaro assina desfiliação do PSL

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (19) a ficha de desfiliação do PSL. A expectativa é de que a desfiliação seja apresentada ainda nesta terça ao diretório nacional do partido e também à Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, domicílio eleitoral do presidente.

O documento foi fechado em reunião de Bolsonaro com seus consultores jurídicos Karina Kufa e Admar Gonzaga, no Palácio do Planalto. Ainda nesta semana, o presidente deve lançar a nova legenda, nomeada Aliança pelo Brasil, e poderá assumir a direção nacional do partido.

O senador Flávio Bolsonaro (RJ) também anunciou sua desfiliação nesta segunda (18).

A advogada do presidente, Karina Kufa, afirmou que não há nenhum obstáculo para que ele possa ocupar o posto da presidência do partido. Nesta segunda, questionado se assumiria o cargo, Bolsonaro respondeu: “Acho que sim”. Admar Gonzaga, advogado que integra a equipe de consultores que atua no processo da saída do presidente do PSL, afirmou que essa é a hipótese viável e “aconselhada.”

Ao sair do Palácio do Planalto, Gonzaga voltou a criticar a conduta da presidência do PSL e do presidente do partido, Luciano Bivar. Ele garantiu haver inúmeras razões para se alegar justa causa para a saída do presidente do partido. Citou como exemplo os processos de cassação.

“O que se viu na postura do presidente do PSL e de toda aqueles que o acompanharam é uma flagrante falta de compromisso com a transparência, com a boa gestão de dinheiro público e isso é inaceitável para o presidente da República”, disse.

A troca de sigla coloca fim à crise instalada no PSL que, desde outubro, se dividiu em duas alas: bolsonaristas, que mantém fidelidade ao presidente e devem se desfiliar do PSL também, e bivaristas, que estão do lado do presidente do partido, Luciano Bivar. Ainda em outubro, Bolsonaro entrou em rota de colisão com o PSL, quando, sabendo que estava sendo filmado, disse a um apoiador que Bivar estava “queimado” e que era preciso “esquecer o PSL”.

A partir do episódio, a situação rapidamente se deteriorou até que, semana passada, Bolsonaro e seus aliados anunciaram a criação do novo partido. A intenção, no entanto, depende de uma série de procedimentos, incluindo a reunião de assinaturas de apoiadores, em várias partes do País.

A cisão entre bolsonaristas e o PSL é atribuída a uma disputa pelo fundo partidário. Gonzaga, no entanto, disse que a versão é incorreta. “Não estamos preocupados com o fundo partidário até porque os candidatos do partido quase ou nada foram utilizados desses recursos.”

O estatuto do Aliança pelo Brasil, seus fundadores e presidentes deverão ser apresentados nesta quinta. Karina afirmou que será feito um sistema de compliance e que serão disponibilizados materiais compatíveis para pessoas com necessidades especiais. Haverá ainda material para portadores de doenças raras, uma das bandeiras da primeira dama, Michelle Bolsonaro. Karina não informou se a primeira-dama fará parte dos quadros do novo partido.

Bolsonaristas terão 140 dias para reunir assinaturas necessárias para a criação do partido, caso tenha interesse em participar das eleições municipais. Karina avalia haver plenas condições para isso. “Ele tem um apoio magnífico”, avaliou. Ainda não está decidida a forma como a coleta de assinaturas será realizada. De acordo com a advogada, será necessário aguardar.

Conselho de Ética

O Conselho de Ética do PSL deve se reunir nesta quarta (20) para analisar os processos disciplinares abertos contra 19 parlamentares. O presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), reconduzido nesta terça (19) ao cargo, disse que o colegiado examina caso a caso.

As punições podem ser desde simples advertência até a expulsão. Na lista dos congressistas, está o líder da bancada na Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Cada um teve um comportamento diferente, de forma que o Conselho de Ética está examinando cada um desses deputados que, de certa maneira, podem ter infringido o estatuto do partido”, disse Bivar, ao fim da convenção nacional da legenda.

Além da recondução dele à função de presidente nacional da sigla, a agremiação escolheu o deputado Gurgel (RJ) para a presidência do Diretório Estadual do Rio, em substituição ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que pediu a desfiliação do partido nesta segunda.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Mais notícias