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NOTÍCIAS - 26/08/2021

Síndrome do Impostor: especialista explica fenômeno caracterizado pela autossabotagem

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Síndrome do Impostor: especialista explica fenômeno caracterizado pela autossabotagem

Pensamentos autodepreciativos, dificuldade em receber ou acreditar em elogios, comparação disfuncional com outros e autocrítica. Apesar de tudo isso parecer ser comum nas nossas vidas, é preciso ficar atento. Esses e outros sinais, se sentidos em excesso, são extremamente prejudiciais à saúde e podem se encaixar como uma Síndrome do Impostor, fenômeno considerado uma desordem de autopercepção causada por processos ansiosos, gerando comportamentos de autossabotagem. Também é caracterizado pela sensação de demérito, inadequação, questionamentos sobre as capacidades pessoais e comportamento procrastinador. 

O psicólogo Thiago Mangueira Marcos, especialista na Abordagem Centrada na Pessoa e mestrando em Psicologia e Intervenções em Saúde, explica que o Fenômeno Impostor dificulta o engajamento adequado em atividades, prejudicando conhecimento e desempenho em ambientes de trabalho ou acadêmicos. Ocorre com mais frequência em pessoas com profissões competitivas, como atletas, empresários ou cargos em que o indivíduo é avaliado e testado a todo momento, como nas áreas da saúde e educação.

"Um dos destaques da Síndrome do Impostor é a autopercepção distorcida e depreciada em que esses sujeitos têm das próprias competências e conquistas, sendo classificado por alguns especialistas como uma desordem da autopercepção. A dificuldade em reconhecer as realizações gera impacto na autoestima e autoconfiança. Por exemplo, mulheres que vivem o fenômeno do impostor tem a forte crença que elas não são inteligentes e estão convencidas que elas enganaram alguém em sua carreira e estudantes fantasiam que foram admitidos por erro no comitê avaliador", exemplifica o especialista da Quíron, clínica especializada em saúde mental em Feira de Santana.

Os sintomas geralmente são reportados como ansiedade generalizada, depressão, falta de autoconfiança, necessidade de aprovação, frustração e dificuldade de alcançar padrões preestabelecidos. O psicólogo Thiago M. Marcos conta que pacientes frequentemente têm relatos de altos níveis de cobrança em sua infância. Inicialmente estudado em mulheres, a Síndrome do Impostor tem sido recentemente averiguada também em homens, além de investigações sobre como os fatores ambientais, culturais e familiares aumentam sua incidência em diversas populações.

Como lidar com o Fenômeno Impostor 

Os cuidados com o Fenômeno Impostor devem ser conduzidos em acompanhamento profissional e especializado em lidar com sentimentos, percepções, pensamentos e comportamentos e seus possíveis desdobramentos na saúde mental. "Diversas abordagens psicoterapêuticas lidam com as questões psíquicas de maneiras específicas. Não existe um único padrão para lidar com os diversos sofrimentos psíquicos. Todo indivíduo deve ser compreendido como singular em suas vivências e questões. Entretanto, algumas orientações gerais ajudam a regular emocionalmente e superar de maneira efetiva os desafios do desenvolvimento humano", destaca o psicólogo.

Além de buscar a ajuda de um especialista em saúde mental, é importante atitudes como o desenvolvimento do autoconhecimento, o acolhimento das conquistas, competências e sucessos, o reconhecimento de problema e seus impactos, se abrir em conversas sobre o assunto com rede de apoio sem julgamentos, se permitir ter vivências gradualmente desafiadoras, evitar comparações disfuncionais com outros e estar atento aos feedbacks com compaixão e autoaceitação.

"O autoconhecimento é fundamental para lidar com os processos psíquicos, mitigando impactos negativos no desenvolvimento. Uma vez que reconhecemos esses processos podemos dialogar com nossas questões pessoais ajustando nossa postura de enfrentamento e lidando efetivamente com os pensamentos e comportamentos que surgem. Uma vez que conseguimos lidar efetivamente com o Fenômeno Impostor, podemos assim tirar proveito dos sentimentos vivenciados, aceitando emoções apontadas socialmente como negativas e acolhendo frustrações como parte do processo de desenvolvimento, não como um reflexo da nossa identidade", finaliza o especialista.

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Att, 

Kirk Moreno
Assessor de imprensa

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