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JUSTIÇA - 04/02/2020

Ex-presidente do TJ-BA chama Rui Costa de mão de vaca e ameaça interditar estado

Ex-presidente do TJ-BA chama Rui Costa de mão de vaca e ameaça interditar estado

O ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Gesivaldo Britto, um dos investigados na Operação Faroeste, que apura a venda de sentenças no estado, parece estar cada vez mais encrencado. A Polícia Federal grampeou, entre 4 de abril a 27 de maio de 2019, conversas do magistrado, que foram compiladas em uma relatório de 246 páginas, que o BNews teve acesso.

O que era para apurar apenas os indícios da participação de Gesivaldo no suposto esquema de venda de sentenças, levou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a tomar conhecimento de outras práticas ilícitas. As provas juntadas no relatório, elaborado em junho do ano passado, serviram de embasamento para a autorização do afastamento do desembargador das funções.

Entre os assuntos das conversas de Gesivaldo está o caso dos pagamentos de precatórios pelo Estado da Bahia e pelos municípios de Salvador e Camaçari. Em diálogo com a ex-desembargadora do TJ-BA Sara Silva de Brito, ocorrido em 7 de abril de 2019 e que durou 20 minutos e 58 segundos, o ex-presidente da Corte baiana comentou sobre a falta de ordem cronológica no pagamento dos valores a três empresas.

O desembargador falou, ainda, da dificuldade de o governador Rui Costa em acatar ordens judiciais de pagamento de precatórios emitidas pelo Tribunal. Neste sentido, Sara concordou com o colega quanto à dificuldade de liberação dos pagamentos pelo estado.

“Não é brincadeira. Rui, Rui, Rui! Wagner acessível às pessoas de modo assim. Rui, não é que ele não seja acessível não, o problema é que ele é, casquinha, é mão fechada, entendeu?”, disse Gesivaldo. A ex-desembargadora concorda novamente: “Mão fechada”.

Na sequência, é possível ouvir o magistrado dizer que já avisou a Rui sobre a interdição do estado em caso de não pagamento dos valores. “Pra ele soltar dinheiro…É mão fechada. Pra ele soltar dinheiro (inaudível), rapaz (inaudível), difícil. Eu já disse a ele, ou você solta o dinheiro ou eu vou pedir interdição do estado. Eu já disse a ele, entendeu? (inaudível) pelo dinheiro do estado”, completou.

Na mesma conversa, Gesivaldo rechaçou, ainda, a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a suspensão do pagamento de precatórios e criticou o governador Rui Costa por defender os recursos do estado. “E o CNJ, praticamente, acoberta esses caras. Basta os caras terem padrinhos lá. Virou uma politicagem sem vergonha”, disse.

O desembargador afastado ainda mencionou uma liminar concedida pelo CNJ à Prefeitura de Salvador para interromper a autorização de pagamento de precatórios no município. “O estado também já tá impetrando lá para conseguir o mesmo benefício. Camaçari mesmo...só se eu mandasse emprestar o dinheiro e criasse um problemão tão grande”, acrescentou. B NEWS

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