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FEIRA DE SANTANA - 13/12/2019

Doença pouco conhecida aumenta 77% em Feira de Santana; "mais em países pobres", diz especialista

Doença pouco conhecida aumenta 77% em Feira de Santana;

Poucos baianos conhecem o HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula Humana), mas a doença acomete um grande número de pessoas no estado e tem aumentado consideravelmente no município de Feira de Santana. 

O vírus é semelhante ao HIV, mas, ao contrário do causador da AIDS, não existe nenhum remédio para o HTLV.

Até a última quinta-feira (12/12), a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) havia registrado 119 casos em Feira de Santana. Em todo o ano de 2018, foram registrados pouco mais da metade: 67. O crescimento - que representa 77% - vai contra a média do estado, que diminuiu para de 667 ocorrências HTLV em 2019, abaixo dos 716 de 2018.

Em Salvador, o número também foi menor, diminuindo de 331 casos no ano passado para 250 esse ano. Também houve queda na terceira maior cidade da Bahia, Vitória da Conquista, onde foram registradas 25 ocorrências de HTLC esse ano, contra 39 em 2018.

Ouvido pelo Aratu On, o infectologista Adriano Oliveira ressalta que apenas 3% das pessoas que contraem o vírus do HTLV desenvolvem a doença, mas os que são acometidos por ela tem sequelas muito severas. "Gera paralisia de membros inferiores, leocemia e linfoma, por exemplo. Acho que o efeito 'menos complicado' seria o da perda de visão", alerta o especialista.

Oliveira explica que o HTLV é sexualmente transmisível, mas a transmissão mais comum é durante o parto. "Há uma recomendação da Organização Mundial de Saúde para que as mães com HTLV nunca amamentem seu filho, não pode ocorrer aleitamento materno", sinaliza.

Para o infectologista, o aumento do número de casos é uma boa notícia, pois significa que as pessoas estão fazendo exames para descobrir a doença. "Como o vírus não se transmite pelo ar ou algo do tipo, não dá pra falar em epidemia, os casos estão aumentando porque estão investigando mais. Normalmente só quem faz o exame para detectar é a mulher quando está grávida, e mesmo assim não são todas que fazem nem que respeitam a regra de não amamentar", relata.

Os dados da Sesab reforçam a tese do médico: quase 77% dos 2105 casos registrados na Bahia são em mulheres. Algumas pesquisas sugerem que o vírus tenha surgido na África, há milhares de anos atrás, e os baianos, por conta da descendência, tenham índices ainda maiores, visto o número de pessoas que não faz exame.

"O problema é que a maioria dos casos são em países pobres, especialmente na África e países pobres, como o Brasil. Então não há pesquisas para encontrar uma cura, ou uma medicação específica que auxilie os portadores da doença, porque não há dinheiro para financiar essas pesquisas", desabafa o médico. ARATU ONLINE

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