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FEIRA DE SANTANA - 18/09/2019

Shopping popular: ambulantes e consórcio terminam audiência pública sem acordo

Shopping popular: ambulantes e consórcio terminam audiência pública sem acordo

Os vendedores ambulantes de Feira de Santana ocuparam na tarde desta terça-feira (17) a galeria da Câmara de Vereadores. Eles participaram de uma audiência pública, que teve como objetivo discutir o impasse entre a categoria e o Consórcio Feira Popular. Os ambulantes estão insatisfeitos com várias taxas, que serão cobradas no futuro pelo Centro Comercial Popular, o que para eles vai inviabilizar a participação da categoria no novo espaço de compras.

Nesta audiência pública participaram o presidente do consórcio Elias Tergilene, o advogado dos vendedores Rodrigo Lemos, a advogada Márcia Xavier, o procurador do município, Cleudson Almeida, além dos vereadores.

A audiência pública foi tensa.O ex-deputado estadual e radialista Carlos Geilson afirmou que o presidente do consórcio, Elias Tergilene, fez deboche dos camelôs. “Como é que o senhor olha para aquele que se diz igual ao senhor e debocha? O sinismo, que é um desrespeito, não apenas aos camelôs, mas a esta Casa, que se propõe a resolver uma questão que talvez estamos diante da maior tragédia de exclusão social dessa cidade”, declarou.

A advogada Márcia Xavier, que representa a Afeva (Associação Feirense dos Vendedores Ambulantes), afirmou que Elias Tergilene foi indiferente com os camelôs durante a audiência.

"Eu não posso deixar passar em branco meu sentimento como pessoa, enquanto estava sentada ali e defendendo o interesse dos ambulantes. Me causou muita surpresa sua indiferença com a manifestação do povo. Todo mundo que está nessa galeria faz parte de um processo democrático e está exercendo o seu direito político de reivindicar os seus interesses e as suas necessidades. O que eu vejo é que temos um contrato de licitação que inicialmente era de 1.800 boxes e no decorrer falou-se de mais 1.200 boxes. Além das pontuações que colocamos, e já que o shopping popular vai contar com mais 1.200 lojas por que não passar o custo de água, luz, condomínio, segurança e outros encargos pra quem está negociando com o empresário. Porque se o shopping popular foi feito pra o camelô então ele tem que ter algum benefício de estar lá dentro. Que esses custos sejam repassados para os não cadastrados."

Logo após o término da audiência, Elias Tergilene disse que numa coletiva de imprensa aos vereadores que o valor do metro quadrado foi sugestão da Afeva.

“Quem me deu esse preço foi a Afeva. O senhor Robson foi atrás de mim na época, junto com o Luiz, e tenho as fotos deles no meu shopping, chegaram lá e falaram que era isso, Feira de Santana precisa e que 80 reais todo mundo vai aguentar pagar, porque o box de um metro e meio é 120 reais. Outra coisa que foi esclarecida é que não existia contrato. Quando eu cheguei na cidade, as pessoas que me receberam e me incentivaram a construir o shopping popular hoje se dizem contra. O próprio vereador que me acusa tenho a foto dele, quando eu assinava o contrato, ele estava rindo e me apoiando. Não existe desdém, sou uma pessoa simples e vivo no meio do povo. Quando a Câmara fala que tem baixar o preço, então que ela vote uma lei e pegue dinheiro da saúde, da educação, pra subsidiar o camelô. Lembrando que eu sou camelô, e todo mundo aqui é empresário. Não tem nenhum coitado. Somos todos comerciantes e o que tá se tratando aqui é de dinheiro. Tem camelô que tem boxes na rua e aluga dez e chegou lá e me pediu 50 metros quadrados, e agora está querendo baixar o preço pra ele sublocar, quer pagar baratinho pra cobrar caro. A prefeitura beneficiou os camelôs dando os boxes e podem vender o fundo de comércio, que é a luva. Estão me criticando que a prefeitura colocou 13 milhões de reais na obra, que é da cidade, e eles ganharam mais de 100 milhões em boxes que podem vender. Eu não posso mudar a concessão, e quem tá pedindo pra baixar preço é porque quer sublocar", disse o empresário.

O presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes, Pedro José, contestou que a entidade sugeriu os valores dos boxes. “Como ele chega a um ponto de dizer que querem que baixe pra vender o ponto. Se ele mesmo está relocando, tem condições de dizer isso? O camelô não vai mais existir. Ele diz que o camelô está fazendo isso pra vender, como ele pode dizer isso se ele mesmo está vendendo. No lançamento do shopping, foi dito que o camelô podia vender e passar pra qualquer pessoa, sendo camelô ou não".

Nos próximos dias estão previstas reuniões entre o procurador do município, Cleudson Almeida, os vendedores ambulantes e o consórcio Feira Popular, para discutir as taxas que serão cobradas no empreendimento. ACORDA CIDADE/DILTON COUTINHO

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