A empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, comentou os rumos da economia diante da pandemia de coronavírus no mundo e os reflexos no mercado brasileiro. Em entrevista hoje (15) à Rádio Metrópole, a chefe da empresa disse que foi necessário se readequar ao atual panorama da sociedade em meio ao isolamento social.
"Transformamos as lojas físicas e fizemos delas locais onde entregamos os produtos pro cliente que comprou na internet. Foi uma aposta do Magazine Luiza, muitas pessoas achou que estávamos errados e nossas ações despencaram. Depois viram que o cliente é um só e que ele precisa ser atendido globalmente em qualquer rede. O Magazine Luiza sempre acreditou e investiu nisso. Criamos marketplace há quatro ou cinco anos atrás. Já temos 10 mil parceiros que vendem outros produtos através do Magazine Luiza. Tem tudo lá, bebida, roupa e tudo através de parceiros", conta.
Ainde de acordo com Luiza Trajano, houve a necessidade de investir no base do sistema de compras da empresa. Atualmente, o Magazine Luiza conta com 30 mil empresas parceiras que anunciam e vendem através do portal criado pelo grupo.
"Fomos surpreendidos por um vírus que parou o mundo e que isso pudesse acontecer. Vimos isso na China em dezembro e janeiro e não imaginávamos que iria parar o mundo. Gostamos muito do micro e pequeno empresários. Fazia tempo que nosso sistema tentava desenvolver algo para que o pequeno, que nunca teve uma lojinha virtual, pudesse entrar facilmente. Começamos a ver os autônomos, que são os que na Bahia vendem na feira e no mercadão, e que não tinham como vender e se manter dentro de casa. Foi um tempo recorde", declarou a empresária.
"Estamos muito felizes em poder oferecer isso em tempo muito rápido. Não paga nada para entrar, apenas uma porcentagem pequena na venda", acrescentou.
Questionada sobre decisões políticas em meio à pandemia, ela reforçou a necessidade de se montar um clima democrático e sem disputas ideológicas para que as pessoas não sejam atingidas diretamente pela crise.
"É um momento de união, não é momento de falar em economia. O negócio é sério, as pessoas têm que vender e lutar também para sair melhor. Mas peço que as pessoas sejam democratas. Democracia é a força dos opostos, em todo lugar do mundo. Mas quero uma trégua agora para que a gente só tenha um partido, que é o Brasil. Fico muito triste de ver briga com governadores e com vice, independente das ideologias e da pequenês. Tudo virou muito fútil em meio ao problema que estamos passando", afirmou.