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BRASIL - 18/03/2020

Pandemia leva a queda de braço entre shopping centers e lojistas

Pandemia leva a queda de braço entre shopping centers e lojistas

A crise do coronavírus vai afetar, em maior ou menor grau, a economia brasileira e mundial. Mas há um setor que pode sofrer bastante: o varejo. Em especial, aquele que está dentro de shopping centers.

No fim de semana, o fluxo de pessoas nesses centros comerciais de grandes cidades já observou uma redução entre 30% e 50%, segundo vários relatos ouvidos pelo NeoFeed.

Não há dados ainda sobre a queda do faturamento do setor de shopping centers, que movimentou R$ 192,8 bilhões em 2019, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Mas, agora, o coronavírus pode levar a um embate entre os shopping centers e os lojistas, que não se entendem sobre as melhores medidas a tomar para enfrentar a crise.

Na segunda-feira, 16 de março, o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, se reuniu com representantes da Abrasce.

Na pauta, medidas para reduzir o prejuízo dos lojistas, como o não pagamento do fundo de promoção, redução do horário de funcionamento e do aluguel pago aos shoppings centers.

Num áudio que circulou entre grupos de WhatsApp de varejistas, no qual o NeoFeed teve acesso e confirmou a veracidade, Sahyoun comentou a reunião, dizendo que os representantes dos shopping centers foram receptivos as demandas.

“Eles estão abertos abertos a negociação individual e pediram para esperar uns 10 a 15 dias”, disse Sahyoun, referindo-se a questão da redução dos aluguéis pagos aos shoppings.

O áudio do presidente da Alshop, porém, não reverberou bem entre vários varejistas com quem o NeoFeed conversou. “A orientação de negociar um a um nos deixa mais fracos”, disse o representante de um varejista, que não quer se identificar.

Procurada, a Alshop não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. A Abrasce enviou uma nota em que informava o horário de funcionamento dos shoppings centers de 12 horas até às 20 horas a partir de quarta-feira, 18 de março.

Os lojistas insatisfeitos estão buscando uma reação, sob a coordenação do grupo Acelera Varejo, que representa mais de 2 mil varejistas com centenas de milhares de lojas espalhadas por todo o Brasil e com faturamento de R$ 60 bilhões.

NeoFeed teve acesso a uma carta manifesto que o grupo pretende apresentar aos representantes de shopping centers, com uma série de reivindicações.

“Diante da adversidade extrema que enfrentamos neste momento, contamos com a cooperação e responsabilidade social de todas as administradoras de shopping centers, para que, juntos, possamos construir uma alternativa justa e equilibrada, que viabilize a sobrevivência do varejo nacional e a manutenção dos próprios shopping centers”, diz um trecho da carta, que está colhendo assinatura dos associados do Acelera Varejo.

Os lojistas defendem o fechamentos das lojas por até 30 dias, em especial em São Paulo e Rio de Janeiro. Neste modelo, os lojistas continuariam pagando a taxa de condomínio, que seria usada para a manutenção do shopping, durante o período em que as operações estiverem paralisadas.

Depois desse prazo, a proposta é a retomada gradual do shopping em horário reduzido até o fim da epidemia do Covid-19. Em contrapartida, os lojistas propõem que não seja recolhido o fundo de promoção e propaganda e que seja praticado apenas o aluguel percentual que cada varejista tem em contrato.

O modelo de aluguel de shopping centers envolve um percentual sobre as vendas, hoje na casa de 6%, ou um aluguel mínimo, o que tiver um valor maior no fechamento do mês.

A queda de braço entre shopping centers e lojistas, ao que tudo indica, está apenas no começo.

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