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POLÍTICA - 20/11/2018

Mandetta será ministro da Saúde e diz que Mais Médicos era entre Cuba e o PT

Mandetta será ministro da Saúde e diz que Mais Médicos era entre Cuba e o PT

O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) sugeriu nesta tarde, após ser anunciado para o cargo, que os médicos que atuem no programa Mais Médicos passem por avaliações enquanto estiverem em serviço. A declaração do futuro ministro foi dada após ele ser questionado sobre a eventual aplicação do Revalida a todos os médicos que participam do programa, lançado durante o governo do PT.

— Todas essas questões são mais específicas, que são mais de detalhe, vamos ter que reunir com o governo atual, que são eles que estão fazendo as redações, como também com aquelas autarquias federais que fiscalizam como elas veem (a situação dos médicos). Há possibilidade de se fazer avaliação em serviço. Há possibilidade de se fazer uma série de medidas em que você possa, ao mesmo tempo que resguarda a população, dar garantias da qualidade daquele profissional. O objetivo é esse, agora qual as ferramentas que vão ser utilizadas, isso vai ser após uma ampla discussão com o setor — afirmou Mandetta.

Questionado se a proposta não seria incoerente com o que vem defendendo o presidente eleito, de que todos os médicos sejam submetidos a uma revalidação, Mandetta explicou que, antes do Mais Médicos, cada universidade tinha uma forma de revalidar os diplomas e que até mesmo a prova proposta com o programa foi alvo de críticas.

— E você tem também crítica a essa proposta (do exame do Revalida), porque é uma prova única, de conhecimento único. As vezes você pega um profissional com vinte, trinta anos de formado e você cobra um grau de conhecimento de um recém-formado — disse o futuro ministro.

Para ele, o objetivo do futuro governo será o de garantir que os médicos que estejam atendendo tenham uma capacitação reconhecida.

— O que a gente quer dizer com Revalida é revalidar, saber quem é, o que estudou, o que falta de lacuna para atender o povo brasileiro, qual o grau de competência, qual o grau de vínculo com a comunidade daqueles que já estão e aqueles que vierem. Aonde é que a gente pode fazer o filtro para que a sociedade possa se proteger — seguiu Mandetta, para quem não pode haver uma "relativização" da vida da população dos grandes centros urbanos e da população do interior:

— Não pode haver essa relativização, não existe vida do interior e vida da capital, existe vida. Enquanto vida cada brasileiro, desde a comunidade indígena mais remota, até aqueles que estão nos grandes centros, eles precisam saber que alguém checou as informações, alguém confirmou, autorizou aquele profissional a tratar do bem maior que uma nação pode ter que é a vida de seus habitantes.

O futuro ministro também criticou o convênio firmado com Cuba no âmbito do programa para fornecer médicos para cidades do interior do país e que foi cancelado na semana passada pelo país caribenho. Mandetta afirmou que o PT terceirizou a solução da saúde para outro país, e disse que é preciso buscar uma proposta sustentável e duradoura.

— Esse era um dos riscos de se fazer um convênio terceirizando uma mão de obra tão essencial, né? Os critérios, me parece muito mais que era um convênio entre Cuba e o PT e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa basicamente bilateral, mas sim uma ruptura unilateral — disse o parlamentar.

Para ele, o rompimento da parceria por parte de Cuba era um risco que o país corria desde o começo do programa.

— Nós precisamos de políticas que sejam sustentáveis. As improvisações em saúde costumam terminar mal e essa não foi diferente das outras — seguiu o futuro ministro.

No mesmo dia em que foi anunciado como futuro ministro da Saúde, o deputado Luiz Henrique Mandetta criticou a solução feita às pressas pelo Ministério da Saúde para resolver o problema provocado pela saída de profissionais cubanos do programa Mais Médico. Em entrevista à "Rádio Câmara", o deputado disse que o edital lançado nesta terça-feira para selecionar médicos brasileiros em substituição aos cubanos que deixarão o país obriga o profissional a decidir num curto prazo se vai trabalhar numa cidade do interior do país.

— Com retirada unilateral dos médicos cubanos, o Ministério da Saúde anunciou o edital que ficaria aberto 72 horas. Em 72 horas, o profissional médico tem que decidir se vai para algum local do do país. É muita improvisação, é muita gambiarra. Tem que sentar, tem que fazer planejamento correto, e depois ir seguindo as etapas dentro de princípios — disse Mandetta.

Perguntado se apoia a proposta de entidades médicas para criação de uma carreira de estado para essa profissão, o futuro ministro, que dizia estar falando apenas como parlamentar, afirmou ser favorável á proposta, mas é preciso discutir melhor como seria essa carreira.

— A discussão da carreira se faz necessária. Mas não é carreira para ficar na Avenida Paulista — comentou.

— Precisamos fazer esse debate no Congresso para juntos, sem maiores dúvidas e com civilidade, fazer uma proposta que seja duradoura e sustentável.

Segundo ele, o programa Mais Médico foi negociado no governo petista transferindo à Cuba uma responsabilidade que deveria ser do Brasil de equacionar seus próprios problemas.

— Cuba sempre teve convênio com o PT, nunca com o Brasil. O desafio de levar profissionais médicos para locais de difícil acesso é desafio do mundo todo. Mas o Brasil, até o momento, não fez nenhuma proposta. O governo anterior terceirizou para outro país a mão-de-obra que quando achou que não era mais vantajoso do ponto de vista ideológico retirou sua assistência. EXTRA ONLINE


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