19 de abril de 2024
MIN MAX
Envie fotos e vídeos
para nosso WhatsApp
75 99120-3503

Notícias

POLÍTICA - 22/06/2018

Perdidos nas eleições de 2018, partidos acendem vela para Deus e para o diabo

Perdidos nas eleições de 2018, partidos acendem vela para Deus e para o diabo Que partidos no Brasil não possuem muito perfil ideológico claro não é novidade. Porém as eleições de 2018 têm evidenciado que as legendas estão tão perdidas quanto estaria um cego em um tiroteio. Citemos dois exemplos recentes. Primeiro o candidato Ciro Gomes (PDT), que flerta diretamente com a esquerda, porém não esconde a intenção de ser um candidato alinhado com o chamado centrão – o apelido preferido hoje pela direita. Na noite de terça-feira (19), Ciro jantou com a cúpula do DEM, que inclui o prefeito de Salvador, ACM Neto. O cardápio incluía principalmente eleições, porém é possível comentar que a virtual candidatura de Rodrigo Maia ao Palácio do Planalto foi um prato servido bem frio, vide os números do presidente da Câmara nas pesquisas. Ciro agora é filiado a um partido trabalhista, cujo líder máximo, Leonel Brizola, flertava com o marxismo de maneira bem mais explícita do que a atual esquerda brasileira. Já era estranho por si o fato dele ter conversas de coxias com o DEM, herdeiro do PFL e uma das siglas defensoras do neoliberalismo no país. Eis que, como se não bastasse o jantar de direita, Ciro tomou café no dia seguinte com integrantes do PCdoB – sim, comunistas que possuem a candidatura de Manuela D’Ávila tiveram um convescote com um candidato que flerta com a direita. Superemos Ciro Gomes e suas contradições. Vamos para outra legenda, o PR. O partido foi um dos últimos a dizer que entraria no páreo para o Palácio do Planalto com Josué Alencar. Entretanto, os republicanos deixam claro que há a intenção de aliar o filho do ex-vice-presidente José Alencar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mesmo preso desde o dia 7 de abril ainda mantém a candidatura à presidência. A iniciativa é uma tentativa de repetir a dobradinha vitoriosa de 2002 e 2006, quando Lula e Alencar ganharam nas urnas o direito de governar o Brasil. A principal nuance neste caso é ter Josué como vice de Lula e até mesmo, eventualmente, sucedê-lo em caso de impedimento pela Justiça Eleitoral. Eis que, dentro do mesmo PR, existe uma outra ala que sugere um lado diametralmente oposto a uma aliança com o PT. Querem que a sigla indique o senador Magno Malta (ES) para ser vice de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial. Ciro Gomes namorando com DEM e PCdoB e o PR quase em um relacionamento sério com PT e PSL são apenas dois exemplos no universo gigantesco do anedotário político brasileiro. É a lógica de acender sempre uma vela para Deus e a outra para o diabo. E esperar para ver qual apaga mais rápido. Ah, como exercício mental, deixo para o leitor escolher qual lado é qual nessa disputa teológica. BN

Mais notícias