O jornalista William Waack publicou artigo neste domingo (14), na Folha de S. Paulo, abordando pela primeira vez o episódio em que aparece em vídeo se referindo a alguém que estava buzinando na rua, afirmando: "É coisa de preto". No artigo, Waack diz que os rapazes que gravaram e publicaram o vídeo "roubaram a imagem da Globo", e que se eles tivessem o abordado naquela noite, ele teria dito que aquilo "foi uma piada, sem a menor intenção racista, dita em tom de brincadeira, num momento particular."
No texto, Waack afirma que não é racista. "Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui."
O jornalista afirma ainda que, durante toda a sua vida, combateu a intolerância de qualquer tipo "—racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso."
Em outro trecho, ele afirma: "Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento."
O jornalista ainda afirma que o episódio que culminou com seu desligamento da Rede Globo, "é a expressão de um fenômeno mais abrangente. Em todo o mundo, na era da revolução digital, as empresas da chamada "mídia tradicional" são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais."
Ele prossegue: "Entender esse fenômeno parece estar além da capacidade de empresas da dita "mídia tradicional". Julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional, ignorando que obtêm o resultado inverso (o interesse comercial inerente a essa preocupação me parece legítimo)."
JORNAL DO BRASIL
Veja o vídeo de William Waack