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BRASIL - 19/12/2018

Vítima de João de Deus mostra à polícia local onde aconteciam abusos

Vítima de João de Deus mostra à polícia local onde aconteciam abusos

 Uma das mulheres que denunciaram o médium João de Deus foi levada pela polícia à Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), na tarde desta quarta-feira (19/12), para reconhecer o local onde foi abusada sexualmente. De acordo com o titular da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), Valdemir Pereira da Silva, os investigadores estiveram no centro para que o cômodo fosse indicado pela vítima.

Embora João de Deus tenha negado em interrogatório que chamava pessoas para atendimento individualizado, os depoimentos das vítimas atestam o contrário, segundo a polícia. Algumas mulheres, até mesmo as que estiveram na casa para acompanhar familiares, teriam sido convidadas pelo médium para ficarem sozinhas com ele em uma sala.

“São muitas as que disseram terem sido chamadas para o atendimento individual, e a palavra delas será considerada nas investigações”, disse a delegada Paula Meotti, que integra a força-tarefa.

Dois funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola foram ouvidos na Deic nesta tarde: Chico Lobo, que atua na administração do centro; e Hamilton Pereira, diretor financeiro do estabelecimento. Ambos foram citados no interrogatório de João de Deus como auxiliares importantes. No entanto, detalhes sobre os depoimentos não foram informados.

Sala fechada
Em depoimento, o médium declarou que nunca trancou a porta para atendimentos. Segundo ele, “muitas vezes, é o atendido quem a tranca”.

De acordo com João de Deus, a sala onde as vítimas relatam terem sido abusadas também possui um sofá, um local para refeição e um banheiro. O acusado contou ainda que há duas janelas no ambiente: uma geralmente fica aberta e a outra, fechada. “Outras pessoas podem visualizar o interior [da sala] do lado de fora”, afirmou.

Diante de tais declarações, a polícia fez imagens do centro espiritual, para poder confrontá-las com todos os depoimentos colhidos.

Ainda com base em informações da Polícia Civil, durante as buscas feitas na Casa Dom Inácio de Loyola, foram encontrados recibos de cursos superiores que seriam pagos por João de Deus a vítimas. A corporação não divulgou detalhes sobre os supostos pagamentos. Além disso, os investigadores apreenderam mapas que mostram o quanto a casa aumentou de tamanho nos últimos anos.

O advogado criminalista Alberto Toron, atuando na defesa de João de Deus, ressaltou: as autoridades teriam “amplo acesso” a tudo que for preciso. “Não há o que esconder e vamos colaborar”, disse.

Armas e dinheiro
Nesta quarta (19/12), os policiais não recolheram nenhum material do centro. “Não levamos nada de lá”, explicou o delegado. Nos mandados cumpridos na terça (18), a Polícia Civil de Goiás encontrou R$ 400 mil, cinco armas, um simulacro e munição na casa do médium.

O dinheiro estava dividido em notas de euro, dólar, libra, peso e real. Parte do montante foi localizada em fundo falso de um guarda-roupa no quarto do líder espiritual. O armamento estava espalhado em diversos cômodos.

HC negado
Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, nesta quarta-feira (19), o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de João de Deus para que o médium responda ao processo em liberdade.

O relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, da 6ª Turma, seguiu o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e manteve preso o líder espiritual, acusado de mais de 500 abusos sexuais. Cordeiro também afastou o segredo de Justiça do processo.

Advogado de João de Deus, Alberto Zacharias Toron disse que irá ver a decisão e pensar no próximo passo.

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