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BRASIL - 17/09/2018

Embaixada da Guiné Equatorial cita 'violação grosseira' sobre milhões apreendidos com vice-presidente

Embaixada da Guiné Equatorial cita 'violação grosseira' sobre milhões apreendidos com vice-presidente

A Embaixada da República da Guiné Equatorial classificou como "violação grosseira da prática diplomática internacional" a ação da Receita Federal que resultou na apreensão de US$ 16 milhões em dinheiro e relógios de luxo com a comitiva do vice-presidente daquele país. Teodoro Obiang Mang e mais dez pessoas desembarcaram no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP) na noite de sexta-feira (14).

O órgão se manifestou sobre o caso pela primeira vez nesta segunda-feira (17), por meio de nota, na qual também diz que a viagem obteve "autorização diplomática" e que "será lavrada nota de protesto formal e oficial junto das instâncias adequados, no sentido de reparar integralmente a situação criada". [Leia a nota na íntegra ao final da reportagem]

G1 procurou o Ministério das Relações Exteriores, Polícia Federal, Receita Federal sobre o posicionamento da Embaixada da Guiné Equatorial e aguarda retorno.

Na nota, o órgão afirma que a viagem foi programada e "tramitada formalmente com as autoridades brasileiras", mas especificamente com o Ministério das Relações Exteriores.

"Tal atitude de violação grosseira da prática diplomática internacional, não teve outro objetivo que não seja o de criar um embaraço totalmente gratuito ao Senhor Vice-Presidente da Guiné Equatorial e ao país que ele representa", diz a Embaixada da Guiné Equatorial.

Relógio cravejado de diamantes foi apreendido nas malas não diplomáticas do vice-presidente da Guiné Equatorial — Foto: DivulgaçãoRelógio cravejado de diamantes foi apreendido nas malas não diplomáticas do vice-presidente da Guiné Equatorial — Foto: Divulgação

Relógio cravejado de diamantes foi apreendido nas malas não diplomáticas do vice-presidente da Guiné Equatorial — Foto: Divulgação

Nota na íntegra

Tendo sido veiculadas nas últimas 48 horas várias notícias sobre a deslocação do Senhor Vice-Presidente da Guiné Equatorial ao Brasil, importa esclarecer o seguinte:

1. A viagem programada do Senhor Vice-Presidente da Guiné Equatorial ao Brasil, foi tramitada formalmente com as autoridades brasileiras, nomeadamente o ministério das relações exteriores, tendo obtido a correspondente autorização diplomática, (Protocolo COMAER nº 67050.013439/2018-15)

2. Contrariamente ao esperado e à praxe diplomática internacional, o delegado da receita federal na alfândega de Viracopos, decidiu proceder à revista das malas da comitiva do Senhor Vice Presidente da Guiné Equatorial, ainda que tivesse sido instado pelo ministério das relações exteriores do Brasil, através do seu departamento de cerimonial, a dar cumprimento à convenção de Viena sobre as relações diplomática e dos artigos 143 e 144 do Decreto nº 7.168, de 5 de Maio de 2010. Incompreensivelmente e de forma ilegal o referido delegado descumpriu os normativos internacionais e nacionais sem qualquer fundamentação, como é sua obrigação.

3. Nunca em qualquer momento, a comitiva do Senhor Vice-Presidente da Guiné Equatorial, ou mesmo ele próprio, foram abordados no sentido de saber se tinham alguma coisa a declarar ou não. Pelo contrário quando ele já se encontrava na viatura para seguir viagem, foram dadas ordens para que a bagagem da sua comitiva fosse revistada.

4. Tal atitude de violação grosseira da prática diplomática internacional, não teve outro objetivo que não seja o de criar um embaraço totalmente gratuito ao Senhor Vice-Presidente da Guiné Equatorial e ao país que ele representa.

5. A comitiva do Senhor Vice-Presidente da Guiné Equatorial, não cometeu nenhuma infração ou irregularidade, pelo contrário foi vítima do desacerto entre duas autoridades políticas e administrativas brasileiras, que só pode ser atribuído ao período de campanha eleitoral que se vive neste momento.

6. Finalmente importa aclarar, que será lavrada nota de protesto formal e oficial junto das instâncias adequados, no sentido de reparar integralmente a situação criada. G1

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